Súbita demissão do ministro das Relações Exteriores da China gera especulações

As especulações estão girando em torno da súbita demissão do ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang. Ele foi oficialmente demitido do cargo na terça-feira (25), após uma misteriosa ausência de um mês.

Os repórteres perguntaram várias vezes a um porta-voz do ministério o que havia acontecido. Qin ainda não foi visto em público. Mas as autoridades se recusaram a dar uma resposta clara na quarta-feira (26).

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse: “Não temos informações a fornecer. A agência de notícias Xinhua já informou sobre o assunto”.

Qin atuou, anteriormente, como porta-voz do ministério e como embaixador da China nos EUA. Ele foi nomeado ministro das Relações Exteriores em dezembro.

Três meses depois, ele também se tornou conselheiro de estado – um cargo comparável ao de vice-premiê. Isso foi visto como uma promoção excepcionalmente rápida.

Durante todo esse tempo, Qin foi considerado uma das autoridades mais confiáveis do presidente Xi Jinping.

Nas mídias sociais chinesas, muitos usuários ficaram chocados com a notícia. Alguns teorizaram que problemas de saúde – ou um escândalo pessoal – poderiam estar em jogo.

O Ministério das Relações Exteriores já retirou Qin de seu site. Ele agora mostra relatórios sobre o novo ministro das relações exteriores, Wang Yi.

Wang é o antecessor de Qin e o substituiu durante sua ausência. Ele atua como funcionário sênior do Partido Comunista, responsável pela política externa.

Um especialista em política chinesa acredita que uma luta pelo poder pode ter sido a causa da remoção repentina de Qin.

Li Hao, professor associado da Universidade de Kobe, diz: “Sua rápida promoção provavelmente causou inveja e insatisfação entre os funcionários do Ministério das Relações Exteriores. Acredito que a nomeação do Sr. Wang Yi seja uma medida temporária até que o próximo ministro seja escolhido”.

Li diz que a mudança repentina provavelmente não afetará a diplomacia da China.

Segundo ele, o presidente Xi ainda é quem dá as ordens sobre a política externa do país.