Ajustes na política do Bank Of Japan podem levar a um iene mais forte

A nova postura do Banco do Japão de usar maior flexibilidade em sua “política de controle da curva de rendimentos” faz com que os analistas se perguntem se essa mudança ajudará a conter a queda no valor do iene.

O BOJ continuará a permitir que os rendimentos dos títulos do governo japonês de 10 anos flutuem em uma faixa de cerca de meio ponto percentual para mais e para menos a partir de um nível-alvo de zero por cento.

Mas o anúncio da política do banco na sexta-feira (29), disse que agora está considerando esses limites como referências, em vez de limites rígidos.

O BOJ acrescentou que oferecerá a compra dos títulos a 1% em operações de taxa fixa, em comparação com meio por cento anteriormente. Isso significa que o banco central poderia tolerar que os rendimentos dos JGBs subissem até 1%, dependendo dos movimentos do mercado.

Os formuladores de políticas disseram que a manutenção de um limite superior rígido poderia ter causado interrupções nos mercados financeiros. Eles disseram que a flexibilidade adicional provavelmente diminuiria essa volatilidade.

O governador do Banco do Japão, Ueda Kazuo, disse: “Eu gostaria de reduzir a volatilidade nos mercados financeiros o máximo possível. Isso também se aplica aos mercados de câmbio”.

Ele enfatizou que o banco central continuará a se abster de fixar metas para as taxas de câmbio.

A moeda japonesa estava sendo negociada na faixa de 127 ienes em relação ao dólar no início deste ano. Porém, sofreu uma forte desvalorização, chegando temporariamente à marca de 145 ienes no final de junho.

Desde então, o iene recuperou algum terreno. Porém, antes da decisão de sexta-feira, havia preocupações generalizadas de que o iene poderia cair novamente se o BOJ continuasse sua flexibilização enquanto os bancos centrais dos EUA e da Europa aumentassem as taxas de juros.

Um resultado disso teria sido o aumento dos preços para os consumidores e empresas do Japão, que já foram atingidos por uma inflação acima do normal.