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sexta-feira, 14 março, 2025 11:53: pm
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A principal esgrimista ucraniana conseguiu um lugar nas Olimpíadas depois de ser desqualificada por não apertar a mão da adversária russa

A campeã ucraniana de esgrima, banida dos campeonatos mundiais na Itália por se recusar a apertar a mão de uma adversária russa, foi readmitida no torneio e recebeu uma vaga automática para os Jogos Olímpicos de Paris no próximo ano.

A campeã ucraniana de esgrima, banida dos campeonatos mundiais na Itália por se recusar a apertar a mão de uma adversária russa, foi readmitida no torneio e recebeu uma vaga automática para os Jogos Olímpicos de Paris no próximo ano.

Olga Kharlan, líder da equipe nacional de esgrima da Ucrânia, foi anteriormente desqualificada no torneio depois de se recusar a apertar a mão da rival russa, Anna Smirnova, que ela derrotou. Smirnova então se afastou antes de realizar um protesto sentada por cerca de 45 minutos.

A recusa de um atleta em apertar as mãos após uma competição resulta em um cartão preto e expulsão, de acordo com as regras da Federação Internacional de Esgrima.

O movimento simbólico, feito no momento em que seu país luta contra a invasão da Rússia, foi arriscado para Kharlan, pois sua desqualificação parecia destinada a também arruinar as chances da tetracampeã mundial individual e quatro vezes medalhista olímpica de acumular pontos suficientes para se classificar para Paris no próximo ano.

Mas a Federação Internacional de Esgrima disse na sexta-feira (28), que, apesar de estar “totalmente de acordo com a penalidade”, permitiria que Kharlan participasse da competição de sabre por equipe feminina.

A federação disse que se reuniu com Kharlan e conversou com o Comitê Olímpico Internacional e considera a reintegração “de acordo com o Espírito Olímpico”.

“Ela também envia uma mensagem de sensibilidade e compreensão aos nossos membros e a todas as federações esportivas”, afirmou.

Intervenção do chefe do COI
Essa reviravolta ocorreu após uma intervenção incisiva do presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, ele próprio um ex-esgrimista.

Em uma carta para Kharlan, Bach disse: “A guerra contra seu país, o sofrimento do povo ucraniano, a incerteza sobre sua participação no Campeonato Mundial de Esgrima em Milão, os difíceis conflitos internos que você e muitos de seus colegas atletas ucranianos podem ter e, depois, os eventos que se desenrolaram ontem”.

“Tudo isso é uma montanha-russa de emoções e sentimentos”, escreveu ele.

Expressando seu “apoio total” a Kharlan, Bach disse que o COI ofereceria a ela uma vaga automática nos Jogos Olímpicos de Paris no próximo ano devido à sua “situação única” e porque sua desqualificação em Milão poderia lhe custar pontos de qualificação suficientes para a Olimpíada.

A Federação Internacional de Esgrima disse que Kharlan havia admitido a adequação da penalidade contra ela, embora a esgrimista não tenha se desculpado, apesar de dizer que estava agradecida pela decisão da federação.

Em resposta à notícia, Kharlan também agradeceu a Bach por sua classificação para as Olimpíadas.

“Este é o momento em que você não vê esperança, sente uma dor insuportável e desespero, e pensa que está sozinha. E então todo um país multimilionário de heróis se levanta por você e muda tudo em sua vida”, disse ela.

“Eu sabia o que estava arriscando, mas não esperava que isso abalaria toda a sociedade ucraniana e que todos se juntariam à luta comigo!”

A campeã de esgrima disse que “agiu com meu coração” logo após a notícia original de sua desqualificação, pedindo uma mudança nas regras “porque o mundo está mudando”.

O Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, também se manifestou, escrevendo um tweet: “Parabéns à estrela da esgrima ucraniana, Olha Kharlan, por ter sua desqualificação injusta revertida e seu direito de competir restaurado, inclusive nas Olimpíadas. A verdade e a dignidade prevalecem quando todos nós as defendemos e lutamos como um só”.

Kharlan não está sozinha
O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a invasão de tanques e tropas na Ucrânia em fevereiro do ano passado, desencadeando a maior guerra terrestre da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Cerca de 16 meses depois, a guerra continua com os ucranianos travando uma batalha pela sobrevivência e tentando expulsar as forças russas de seu país.

Smirnova estava competindo como atleta neutra, já que os representantes da Rússia não podem participar da maioria dos torneios esportivos desde a invasão da Ucrânia por Moscou.

A questão de ucranianos e russos não apertarem as mãos no esporte não se limita à esgrima – a estrela do tênis ucraniano Marta Kostyuk, que é de Kiev, disse no início do ano que não apertaria as mãos de jogadores russos ou bielorrussos enquanto a guerra durasse em seu país, juntamente com a ucraniana Lesia Tsurenko.

Kostyuk foi vaiada no Aberto da França quando se recusou a se encontrar com Aryna Sabalenka, da Bielorrússia, na rede. Sabalenka condenou as vaias e disse que entende por que as jogadoras ucranianas não apertam sua mão.

Enquanto isso, a tenista ucraniana Elina Svitolina foi ao Twitter para apoiar Kharlan, escrevendo: “Não estamos apertando a mão de atletas russos e bielorrussos. Essa é a nossa posição! Peço às organizações e federações esportivas internacionais que respeitem nossa decisão!”

Ela acrescentou que “todo o nosso amor e respeito vão para @olgakharlan”.

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SourceCNN

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