Autoridades ucranianas recebem treinamento para ajudar a identificar pessoas mortas no conflito

Especialistas de uma organização internacional estão fornecendo conhecimento técnico para ajudar as autoridades ucranianas a identificar os restos mortais das pessoas que morreram na invasão russa.

A polícia ucraniana disse que pelo menos 2.800 civis mortos continuam sem identificação.

Especialistas da Comissão Internacional de Pessoas Desaparecidas, ou International Commission on Missing Persons – ICMP, estão realizando um seminário de cinco dias em Kiev, capital da Ucrânia, até sexta-feira (28). A ICMP apóia os esforços para identificar pessoas que desapareceram em decorrência de causas como conflitos armados.

Os especialistas estão treinando cerca de 20 autoridades de saúde ucranianas, cujas funções incluem o registro da condição dos restos mortais.

Eles estão compartilhando conhecimentos sobre formas de discernir visualmente o gênero a partir da testa e da parte de trás da cabeça, e de estimar a idade a partir dos crânios.

As autoridades de saúde ucranianas geralmente tentam determinar o gênero, a idade e outros detalhes dos restos mortais antes que a polícia tente identificá-los por meio de análise de DNA e outros métodos.

Igor Rozovyk, funcionário do Ministério da Saúde da Ucrânia, estava entre os que receberam o treinamento. Ele disse à NHK que a identificação de restos mortais pode levar muito tempo devido a problemas como danos graves aos corpos e falta de materiais de referência.

Matthew Holliday, do ICMP, que lidera a implementação de seu programa na Ucrânia, observou que se acredita que dezenas de milhares de pessoas estejam desaparecidas no país.

Ele disse que as autoridades ucranianas não conseguem obter as amostras de referência necessárias para a identificação do DNA em muitos casos, pois um grande número de cidadãos foi evacuado para o exterior.

Holliday disse que a situação da Ucrânia é única, pois suas autoridades estão tentando identificar os restos mortais enquanto a guerra está em andamento. Ele acrescentou que sua organização continuará a desenvolver as habilidades forenses dos especialistas ucranianos e a auxiliá-los nos esforços para ajudar a identificar os restos mortais.