Pesados danos e frio complicam a busca por sobreviventes do terremoto Turquia-Síria

Os pesados danos causados pelos terremotos devastadores de segunda-feira perto da fronteira turco-síria estão complicando a busca por sobreviventes.

O número de mortos nos países já passou de 11.000. É o primeiro desastre natural a matar mais de 10.000 pessoas desde o terremoto e tsunami de março de 2011 no Japão.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, visitou a cidade, duramente atingida, de Kahramanmaras na quarta-feira (8). Ele declarou um estado de emergência de três meses em 10 províncias para acelerar o trabalho de resgate.

A Organização Mundial da Saúde – OMS, estima que até 23 milhões de pessoas na Turquia e na Síria poderiam ter sido afetadas.

Muitas ficaram desabrigadas. Eles estão pedindo roupas quentes e suprimentos médicos à medida que as temperaturas caem abaixo de zero, em algumas áreas atingidas.

No noroeste da Síria, uma menina recém-nascida foi retirada viva dos escombros. Ela ainda estava presa por seu cordão umbilical à mãe. Seus pais e irmãos não sobreviveram.

Os terremotos arrasaram os edifícios em vastas faixas da Turquia. O professor Kusunoki Koichi, especialista em engenharia sísmica da Universidade de Tóquio, disse que uma causa aparente dos grandes danos foi que os violentos tremores fizeram com que os pilares dos edifícios se rompessem instantaneamente como se tivessem explodido, e isso causou o colapso dos andares um sobre o outro. Kusunoki disse que o fenômeno chamado “colapso de panquecas” ocorreu em vários locais.

Vários prédios de apartamentos desmoronaram na mesma direção. Kusunoki disse que isto sugere que eles foram derrubados por um súbito e poderoso abalo. Ele disse que uma análise mais detalhada é necessária.

Kusunoki disse que os padrões de construção da Turquia estão em pé de igualdade com os do Japão. Mas a aplicação do código é outra questão. Um estudo do Parlamento turco descobriu que cerca de 6,7 milhões de edifícios não estavam em conformidade com o código desde 2021.