Continua a violência em Myanmar, dois anos após o golpe
A agitação política continua em Myanmar, já que a quarta-feira (1º), marca dois anos desde que os militares derrubaram o governo, democraticamente, eleito.
Os militares realizaram o golpe de Estado em 1º de fevereiro de 2021. Afirmou haver irregularidades nas eleições gerais, nas quais a Liga Nacional para a Democracia, ou NLD, liderada por Aung San Suu Kyi, obteve uma vitória esmagadora.
Algumas forças pró-democracia se armaram para lutar contra o domínio militar, mas a junta continua com sua repressão contra os manifestantes.
Um grupo de direitos humanos em Myanmar diz que 2.940 pessoas foram mortas pelas autoridades desde a tomada do poder pelos militares.
Aung San Suu Kyi foi detida durante o golpe. Desde então, ela foi condenada a um total de 33 anos de prisão sob acusações que ela negou.
No mês passado, a junta promulgou uma nova lei sobre o registro de partidos políticos que efetivamente tornará a LND ilegal.
Oficiais militares dizem que estão planejando uma eleição para agosto deste ano.
Mas alguns observadores dizem que a junta pode adiar a eleição, citando razões de segurança, de modo a manter o controle do poder.
Um especialista em assuntos de Myanmar diz ser altamente improvável que a eleição seja realizada da maneira que os militares esperam.
Nakanishi Yoshihiro, professor associado do Centro de Estudos do Sudeste Asiático, da Universidade de Kyoto, observou que ainda estão ocorrendo batalhas ferozes nas áreas rurais, infligindo baixas tanto em civis quanto em militares quase todos os dias.
Nakanishi disse que é difícil montar seções eleitorais em todo o país e garantir a segurança dos funcionários eleitorais e dos eleitores.
O Secretário Geral da ONU, Antonio Guterres, pediu que os estados membros exortassem a liderança militar de Myanmar a respeitar as necessidades de seu povo.
Em uma declaração divulgada na segunda-feira (30), o chefe da ONU disse que “condena todas as formas de violência, pois a crise multidimensional em Myanmar continua a se deteriorar”.
Referindo-se às eleições militares planejadas, Guterres disse: “Sem condições que permitam ao povo de Myanmar exercer livremente seus direitos políticos, as pesquisas propostas correm o risco de exacerbar a instabilidade”.
Ele prosseguiu dizendo que a ONU continua “solidária” com o povo de Myanmar e “para apoiar suas aspirações democráticas por uma sociedade inclusiva, pacífica e justa”.
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