Presidente do Peru é destituído e preso após tentar dissolver Congresso
Isolado politicamente, o peruano anunciou a dissolução do Congresso e convocou novas eleições para tentar impedir 3º pedido de impeachment.
O Congresso do Peru aprovou na tarde desta quarta-feira, 7, o impeachment do presidente Pedro Castillo por “incapacidade moral”, após o presidente ter anunciado a dissolução do Parlamento e instauração, sem sucesso, de um governo de emergência no país.
Castillo foi preso após deixar o Palácio Presidencial, acompanhado da primeira-dama, Lilia Paredes. A vice-presidente, Dina Baluarte, assumirá o cargo.
Castillo foi encaminhado à sede da prefeitura de Lima.Segundo a imprensa peruana, ele e sua família – a mulher, os filhos e a cunhada – foram detidos quando estavam retirando seus pertences em sacolas. Em nota, a Polícia do Perú diz rejeitar o descumprimento da ordem constitucional.
Isolado politicamente, o pedido de impeachment do ex-presidente no Congresso alcançou 101 votos a favor, 6 contra e 10 abstenções. Os votos à favor foram bastante aplaudidos pelos parlamentares no plenário.
A previsão é que Boluarte seja diplomada presidente ainda nesta quarta-feira. Mais cedo, a vice-presidente repudiou a ação de Castillho e a caracterizou como “um golpe de Estado”.
“Repudio a decisão de Pedro Castillo de praticar a quebra da ordem constitucional com o fechamento do Congresso. Trata-se de um golpe de Estado, que agrava a crise política e institucional que a sociedade peruana terá que superar com apego estrito à lei”, escreveu Boluarte no Twitter.
Entenda o caso
A votação do impeachment –a terceira em 16 meses– já estava marcada, mas Castillo tentou impedi-la a partir da dissolução do Congresso, que não teve apoio nem mesmo dos aliados.
Poucas horas após a edição do decreto, ministros e aliados de Castillo renunciaram em protesto e condenaram a medida, em um sinal da fraqueza política do presidente. O ministro da Justiça Félix Chero deixou o cargo para “respeitar a ordem democrática”. Até o advogado que defende Castillo, Benji Espizona, deixou o posto.
A última cartada do presidente peruano também foi amplamente criticada pelo MP, Judiciário, Legislativo e pelas Forças Armadas.
A Suprema Corte reagiu com veemência ao decreto e pediu que as Forças Armadas e a população “defendam a ordem democrática” no país. A procuradora-geral do Peru, Patricia Benavides, rechaçou de maneira enfática qualquer ruptura da ordem constitucional que possa ocorrer no país.
Em nota, as Forças Armadas peruanas e a Polícia Nacional disseram que se manterão fiéis à Constituição e não acatarão nenhuma ordem contrárias à Carta Magna do país. (*Com informações do Estadão.)
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