Residentes de Xangai criticam política de “isolamento forçado”

Os residentes em Xangai estão frustrados com a política de isolamento do coronavírus chinês da cidade. Um lockdown foi imposto ao centro comercial da China desde o final de março.

As autoridades de Xangai relataram mais de 1.500 novos casos na sexta-feira (13). Restrições severas às saídas permanecem em muitas áreas da cidade.

As autoridades disseram, em uma conferência de imprensa na sexta-feira (13), que procuram reduzir o número de infecções a zero até meados de maio, excluindo aqueles que foram colocados em quarentena nas instalações ou em outros lugares.

Para atingir a meta, a cidade introduziu uma política ainda mais rigorosa para isolar as pessoas que são consideradas em risco de infecção.

Por exemplo, se uma pessoa infectada pelo vírus vive em um prédio de apartamentos, os residentes no mesmo andar, assim como os andares acima e abaixo, podem estar sujeitos ao isolamento.

Mas os critérios de isolamento são vagos em alguns casos. Os residentes podem ser colocados em quarentena à força, mesmo sob tais circunstâncias; foram feitas críticas nas mídias sociais.

Uma japonesa que não está infectada, mas agora está sendo colocada em quarentena forçada após uma infecção ter sido confirmada em seu condomínio em Xangai, falou à NHK sobre as políticas rígidas das autoridades.

Ela disse que os residentes em seu prédio tinham sido impedidos de sair desde o final de março. Mas como as infecções foram confirmadas uma após a outra em maio, as autoridades notificaram que mesmo os residentes que não foram infectados seriam isolados a partir de terça-feira. A mulher disse que se recusava a ficar de quarentena, mas foi transferida para um hotel em outra cidade.

A mulher disse que as refeições são fornecidas no hotel, mas que os banheiros e as camas não estão limpos. Ela acrescentou que quando disse às autoridades que não queria ir para uma instalação de quarentena, elas lhe disseram para apenas seguir as instruções, caso contrário ela seria detida pela polícia.

Perguntada sobre a política chinesa de zero-COVID, a mulher disse que a China tinha conseguido manter o vírus sob controle até o início do lockdown em Xangai, mas ela também viu o lado negativo das medidas anti-infecciosas, já que as autoridades estão seguindo cegamente a política.