Muratov destacará a opressão russa contra a mídia

Um jornalista russo que dividiu o Prêmio Nobel da Paz deste ano declarou que comparecerá à cerimônia de premiação do próximo mês para chamar a atenção internacional para a opressão da mídia em seu país.

O editor-chefe do jornal independente Novaya Gazeta, Dmitry Muratov, falou com a NHK nesta quinta-feira (11). A publicação é conhecida por sua cobertura crítica da administração do presidente Vladimir Putin.

Muratov disse que a administração russa não considera os conceitos de direitos humanos e democracia como condições necessárias para o progresso.

Ele expressou preocupação com o desgaste da liberdade de expressão na Rússia, citando o físico soviético Andrei Sakharov, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1975 por seus esforços como defensor dos direitos humanos.

Muratov criticou o que ele chamou de propaganda da mídia estatal. Ele disse que o dever dos jornalistas é separar a verdade da mentira.

O Prêmio Nobel expressou sua intenção de participar da cerimônia de premiação para enfatizar a importância de buscar a verdade. A cerimônia será realizada na capital norueguesa, Oslo, em 10 de dezembro.

Muratov disse que pretende chamar a atenção sobre o uso da propaganda da Rússia e das nações próximas umas contra as outras. Ele advertiu que a tática tem colocado cada vez mais a Rússia em desacordo com esses países, como a Ucrânia e a Polônia.

No mês passado, o Comitê Nobel norueguês escolheu Muratov e outra jornalista, Maria Ressa, como co-vencedores do Prêmio Nobel da Paz deste ano. Ressa é co-fundadora e CEO da Rappler, uma empresa filipina de mídia digital de jornalismo investigativo.

O comitê reconheceu “seus esforços para salvaguardar a liberdade de expressão, que é uma condição prévia para a democracia e a paz duradoura”.