Myanmar em profunda agitação 6 meses após o golpe

Este domingo marca seis meses desde que os militares de Myanmar tomaram o poder em um golpe de Estado.

As mortes estão aumentando em meio à contínua repressão contra os manifestantes anti-golpe, enquanto a propagação da infecção pelo coronavírus chinês está acrescentando outra camada de tumulto ao país.

Os militares assumiram o poder em fevereiro alegando fraude nas eleições de novembro que foram ganhas pela Liga Nacional para a Democracia, liderada por Aung San Suu Kyi.

Os protestos esporádicos dos cidadãos continuam por todo o país, com funcionários públicos e trabalhadores médicos se recusando a fazer seu trabalho.

As forças armadas estão respondendo com uma forte repressão.

Um grupo local de direitos humanos disse que até sábado (31), 940 pessoas haviam sido mortas e 5.444 outras haviam sido detidas.

A luta entre os cidadãos armados e os militares em todo o país eclodiu. A mídia local relatou múltiplos casos que resultaram em uma série de mortes de civis.

Enquanto isso, o país tem um surto de novos casos de coronavírus chinês.

As autoridades sanitárias de Myanmar dizem que a média diária de novas infecções no país, em julho, foi de 4.500. O número de mortes no mês passado chegou a 6.000.

Mas a mídia local informa que os números reais de infecções e mortes provavelmente excedem os números relatados, como houve dias recentes em que a porcentagem de casos positivos entre as pessoas testadas passou de 40.

O fraco sistema de saúde do país está em um estado de colapso em meio à contínua agitação desde o golpe, juntamente com a crise do coronavírus chinês.

Muitos dos pacientes com coronavírus chinês são forçados a se recuperar em casa.

O país também está enfrentando uma escassez crítica de oxigênio hospitalar. As pessoas estão formando longas filas fora das usinas de oxigênio para comprar para os membros da família que sofrem com o vírus chinês.

Corpos foram trazidos para locais de cremação, que atingiram sua capacidade.