Fukushima pede ao governo central para evitar danos à reputação da província
O governador de Fukushima deseja que o governo central garanta que seu plano de liberação da água radioativa tratada da usina nuclear de Fukushima Daiichi no oceano não prejudique a reputação da prefeitura.
A água será diluída antes de sua liberação, para que a concentração de contaminantes atinja os níveis de segurança global.
O governador de Fukushima, Uchibori Masao, discutiu o plano com o ministro da indústria do Japão nesta quinta-feira (15), dois dias depois de o governo anunciar sua decisão.
O governador Uchibori disse: “Nos 10 anos desde o acidente nuclear, a população de Fukushima fez tudo o que podia para reconstruir a área afetada, e combater mal-entendidos que ameaçavam a reputação. Há preocupação de que o plano possa fazer com que esses esforços não dêem em nada. Queremos que o governo central aprecie a situação que enfrentamos em Fukushima”.
O ministro da indústria, Kajiyama Hiroshi, disse: “Decidimos como dispor da água tratada a fim de prosseguir com a reconstrução de Fukushima. Foi uma decisão extremamente importante para o governo. Estamos plenamente conscientes de que a decisão vem com uma pesada responsabilidade”.
Uchibori instou o governo a fornecer informações precisas e buscar a compreensão de pessoas, como agricultores e pescadores, que possam ser afetados pela liberação da água.
Ele também exigiu que o governo busque tecnologia para remover o trítio radioativo da água.
A água é usada para resfriar o combustível nuclear fundido na usina nuclear de Fukushima Daiichi. Ela se mistura com a chuva e a água subterrânea que flui em prédios de reatores danificados, totalizando mais de 100 toneladas por dia.
Esta água passa por um processo de tratamento que remove a maioria dos materiais radioativos, mas ainda contém trítio. A água tratada é então armazenada.
A usina tem cerca de 1.000 tanques, que agora estão 90% cheios. Espera-se que o restante seja preenchido em algum momento do próximo ano.
A água tratada será diluída para que a concentração de trítio fique bem abaixo dos padrões nacionais e cerca de um sétimo do nível que a Organização Mundial da Saúde sugere ser seguro para água potável.
A Agência Internacional de Energia Atômica apóia o plano, observando que o método está de acordo com a prática internacional. Mas a China e a Coréia do Sul têm expressado preocupação.
Autoridades japonesas dizem que continuarão a explicar, exaustivamente, seus esforços para desativar a usina nuclear aos membros da comunidade internacional.
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