Seul derruba obrigatoriedade de testes do coronavírus chinês para estrangeiros

Autoridades da capital sul-coreana de Seul aboliram, efetivamente, uma ordem que exigia que todos os trabalhadores estrangeiros na cidade fossem submetidos a testes de coronavírus chinês.

A decisão foi tomada nesta sexta-feira (19), dois dias depois que a cidade emitiu uma ordem administrativa, que determinou que os trabalhadores estrangeiros fossem submetidos a testes PCR até o final de março.

Como motivos para a ordem, as autoridades haviam citado um aumento na proporção de estrangeiros entre os casos de coronavírus chinês recém-confirmados e infecções em massa nas fábricas que empregam trabalhadores chineses nos subúrbios de Seul.

Eles disseram que aqueles que desafiassem a ordem enfrentariam multas de até 2 milhões de won, ou cerca de 1.760 dólares.

A medida provocou críticas generalizadas e despertou a preocupação entre os residentes estrangeiros.

O embaixador britânico na Coréia do Sul, Simon Smith, disse em um vídeo postado no Twitter que as medidas não eram justas e que era pouco provável que fossem eficazes. Ele disse que a embaixada britânica continuaria a pedir uma revisão da decisão.

Outras embaixadas no país expressaram preocupações semelhantes.

O jornal Hankyoreh disse em um editorial na sexta-feira (19), que as medidas expuseram a mentalidade regressiva das autoridades em relação aos direitos humanos. Ele acrescentou que as autoridades não poderiam evitar a acusação de que as medidas são discriminatórias.

O governo sul-coreano exortou as autoridades da cidade a abordar a questão.

Na sexta-feira à noite, as autoridades de Seul disseram que iriam rever a ordem e que, em vez disso, recomendariam que os trabalhadores estrangeiros e sul-coreanos em locais de trabalho de alto risco fossem submetidos a testes de vírus.