Secretário de Abe deverá enfrentar indiciamento sumário

Promotores de Tóquio devem apresentar, em breve, um indiciamento sumário contra um secretário do ex-primeiro ministro Abe Shinzo por supostas violações de financiamento político envolvendo seu grupo de apoio.

Foi revelado que o escritório de Abe tinha arcado com parte do custo de jantares para seus apoiadores nos hotéis de Tóquio. Os jantares foram realizados na véspera dos eventos de exibição das flores de cerejeira, financiados pelo governo enquanto Abe estava no cargo.

Os custos para os jantares totalizaram mais de 220.000 dólares nos cinco anos até 2019. Acredita-se que Abe pagou pelo menos 77.000 dólares.

Mas o grupo de apoio a Abe, que organizou as festas, não informou o pagamento dos eventos em seus relatórios do fundo político.

Fontes dizem que um dos secretários de Abe, que encabeça seu grupo de apoio, admitiu não relatar as receitas e despesas relacionadas às festas durante o interrogatório dos procuradores.

Eles dizem que o total de receitas e despesas não declarados nos relatórios do fundo político é de cerca de 290.000 dólares durante os quatro anos até 2019.

No início deste ano, o grupo de advogados e estudiosos de direito de todo o Japão apresentaram uma queixa criminal contra a Abe sobre o assunto.

Os promotores interrogaram Abe, voluntariamente, nesta segunda-feira (21). Ele negou qualquer envolvimento na não comunicação de gastos cobrindo parte dos custos do jantar.

Fontes do círculo interno de Abe disseram que no final do ano passado o ex-primeiro ministro perguntou a seu secretário se havia mais despesas do que as pagas pelos participantes. Dizem que a equipe da Abe deu uma explicação imprecisa de que não houve mais gastos além de cerca de 48 dólares pagos por cada participante.

Não se espera que os promotores públicos indiciem Abe, pois é difícil considerá-lo criminalmente responsável.