Machete Bomb: A história de superação do seu líder no álbum “MXT comvida”
Madu Madureira, produtor e líder da banda curitibana Machete Bomb, lançou esse ano o projeto “MXT comvida”, que nasceu depois de um turbilhão vivido por ele, onde se viu na situação de ficar viúvo e com dois filhos. Largar a carreira de músico e banda para se dedicar as crianças, ou tentar conciliar as duas situações? Incentivado por amigos artistas à não parar, Madu se viu na possibilidade de se reanimar a se dedicar a carreira novamente, lançando um disco com artistas parceiros e convidados.
O projeto que chegou ao mercado fonográfico em Maio de 2020, é uma forma solidária dos amigos para ajudar o Madu Madureira, mentor e produtor da Machete Bomb, conhecido pelo toque metaleiro do cavaquinho a superar o luto e a depressão decorrentes da morte da esposa em 2019. O álbum contém 14 faixas, misturando heavy metal, rap, samba, reggae, mas também tem drum’n’bass, ragga e dubstep, sendo que 7 delas possuem além do áudio a gravação em vídeo no formato Live Session.
Renovando a cara e o repertório musical, tem também a participação de renomados artistas brasileiros, com músicas inéditas, remix e vinhetas e também duas regravações de composição de Odair José e uma música inédita dos compositores Andó e Dedé Paraízo do Demônios da Garoa, cedida pelos compositores em prol do disco e cantada pelo próprio Dedé Paraízo e as bandas curitibanas Mulamba e TUYO.
https://youtu.be/VjWyuDr6HjE
Os artistas convidados são Odair José, Bnegão, Dedé Paraíso (Demônios da Garoa), Andó (compositor), Mulamba, TUYO, Egypcio (ex-Tihuana/atual Cali Rock), Caio MacBeserra (Project46), Tomás (el efecto), Janine Mathias, Mateo (francisco, el hombre), Xandão Meneses (O Rappa), Lobato (O Rappa), Nave (beatmaker), Rodrigo Lemos (Lemoskine), Pete MC, Pecaos, Dow Raiz, Thestrow, Rodrigo Samsara e Alienação Afrofuturista entre outros.
O projeto MXT coMvida abriu com o Alexandre Duyaer e representou o atual momento de redescobrimento do artista Madu, como pai, ainda em um momento de luto familiar, e como artista, em um redescobrimento com novas parcerias musicais. Depois de um período de hiato de novas composições, mesmo tendo produzido 5 discos para seu projeto Machete Bomb (sendo 3 deles com versões de remixes, versões acústicas e 2 DVDs ao vivo), o artista se renova adicionando novas vertentes musicais a seu já misturado “samba heavy”.
“Com um peso de uma depressão forte, eu contei com a ajuda de alguns amigos e a música para tentar me levantar. Todos os artistas convidados têm uma certa relação com a história que passei. Muitos eram amigos da Dani e todos tem um motivo especial para fazer parte. O Fred 04, por exemplo, foi quem me inspirou a tocar cavaquinho e a Dani me deu o cavaco de tanto que eu falava em Mundo Livre S/A. É uma obra feita por amigos e por pessoas que se admiram”, conta Madu.
Desde artistas do trash metal brasileiro, como o caso do cantor Caio da banda “Project46”, cantores da nova geração como TUYO, ícones do pop rock como Xandão e Lobato da banda “O Rappa” e Bnegão do “Planet Hemp”, a seus novos parceiros, porém, compositores de longa data, como Dedé, Andó e Odair, o disco e suas letras e histórias se tornam uma redenção de tudo que o produtor passou. Uma ode a sua falecida esposa, e uma tentativa de se entender com a vida, com a morte e com a música.
A capa do álbum tem a assinatura do artista plástico curitibano Jorge Torres Galvão. Machete Bomb tem como integrantes: Madu Madureira, Daniel Perim, Rodrigo Spinardi, Vitor Salmazo e Rodrigo Suspiro.
Playlist:
1. “Intro”
Vinheta de abertura, com prólogo de Alexandre Duayer (amigo e parceiro que trabalha com O Rappa, Lulu Santos, Marcelo D2), locutor de todas as vinhetas do Machete Bomb.
2. “Nunca Mais”
(Dow Raiz, Bnegão & Odair José)
Remake da música presente no álbum O Filho de José e Maria (1977), de Odair José, com sua participação especial, além de B.Negão e Dow Raiz. Com uma nova leitura da música, os dois rappers escrevem a respeito do momento atual em que vivemos, ao mesmo tempo que retratam o luto e o renascer de momentos difíceis. Odair José, por sua vez, fecha a música com a letra original, encerrando o ciclo do luto e abrindo caminho para um novo momento, na esperança de não sofrer novamente, nunca mais.
3. “Buscando a Sorte”
(Rodrigo Samsara & Thestrow)
Com participação de Rodrigo Samsara (Real Coletivo Dub) e Thestrow (inthefinityvoz), conta com o teor político enquanto indica uma nova trajetória para seguir em frente com a vida e buscar uma nova sorte.
4. “Burn The Babylon”
(Alienação AfroFuturista & Caio MacBeserra)
Em um crossover de ragga, samba e metal, a faixa conta com participação de Alienação AfroFuturista e Caio MacBeserra (Project46).
5. “Central”
(Dedé Paraízo, Andó, Mulamba & Tuyo)
Música de Andó, grande compositor de inúmeros sambas de artistas como Originais do Samba, Wando, Elizeth Cardoso, entre outros, e de Dedé Paraízo (Demônios da Garoa), inédita e cedida em especial para este álbum. Com participação de TUYO e de Mulamba, que também entraram com um especial adicional de letra na música. A canção fala sobre a violência generalizada nos quatro cantos do país e o descaso com a vida, que se apresenta nos discursos do “novo mundo”.
6. “Que Loucura”
(Pete Mcee, Pecaos & Odair José)
Também do álbum O Filho de José e Maria, de Odair José, este remake conta com a participação de dois MCs novos na cena curitibana, Pete Mcee e Pecaos. Pontua uma nova relação entre o descaso pela vida e o fato de o quanto cada vida é importante, no meio desta loucura que é viver. Com Odair José novamente fechando com a letra original do tema de 1977, mostrando que esta história é de todos e que todos somos um só, que estamos no mesmo barco vivendo a mesma loucura.
7. “Pedra Na Vidraça”
(Pete Mcee, Egypcio & Caio MacBeserra)
Com Egypcio (Tihuana), Pete Mcee e Caio MacBeserra (Project46), é uma das músicas mais pesadas do álbum. É a pedra na vidraça deste governo e deste desmando atual, vivendo a ilusão de tomar o Congresso e o Planalto Central e dar o troco.
8. “Pixo Reto”
(Alienação AfroFuturista & Thestrow)
Em uma mistura de drum’n’bass, samba e harcore, a faixa conta novamente com a participação de Thestrow e do Alienação AfroFuturista. Fala sobre mandar a verdade e usar a verdade como cura. Conta também com um solo insano de cavaco, num estilo chorinho heavy metal.
9. “A Ordem É Samba”
(Versão de Fred 04 & Janine Mathias)
Cover do Jackson do Pandeiro, essa música representa exatamente o que é o Machete Bomb: um metaleiro tocando rock com um cavaco porque, já que estamos no país do samba, “se é samba que eles querem, então toma esse samba heavy aqui”! A nova versão ganha mais peso com o cavaco oitavado e distorcido e embala no samba com a cantora curitibana Janine Mathias, enquanto Fred 04 (Mundo Livre S/A) ciceroneia a mistura.
10. “Seu Valor”
(Lemoskine & El Efecto)
Com Lemoskine e El Efecto, uma música sobre a história que Marcelo viveu com a esposa Dani, entre inúmeras idas e vindas, terminando com a sua morte. A música é uma mistura de Smashing Pumpkins com samba.
11. “Elo Da Corrente”
(Rodrigo Samsara, Xandão & Lobato)
Cantada novamente por Rodrigo Samsara e com a participação do de Xandão Meneses na guitarra e de Lobato nos teclados, do O Rappa, a música fala sobre o quão importante foi a união de todos para realizar o álbum.
12. “Se Liberta”
(El Efecto & Mateo Piracés-Ugarte)
Com Mateo (francisco, el hombre) e Tomás (El Efecto), a música encerra o ciclo num recado dos amigos falando para o Madu se libertar da dor e entender o que ficou de bom, como as histórias boas, as coisas vividas juntos e em especial, os filhos.
13. “Que Loucura (Remix)”
(Pete Mcee, Pecaos & Odair José – Remix Nave)
Remix do beatmaker Nave para a música gravada para o álbum, fechando de vez que viver é essa loucura mesmo. Nave produziu artistas como Karol Conká, Marcelo D2, Emicida, Bivolt, entre outros.
14. “Agradecimentos”
(Madu Madureira)
É a faixa especial onde Madu agradece a participação de todas as pessoas que colaboraram de alguma forma para a realização desse projeto.
Facebook: https://www.facebook.com/macheteoficial/
Da Redação by Cleo Oshiro
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