China prorroga o mandato de todos os legisladores de Hong Kong
Os legisladores pró-democracia de Hong Kong poderão permanecer no cargo por mais um ano. Eles foram impedidos de buscar a reeleição por se oporem à nova lei de segurança nacional para o território.
No mês passado, o governo de Hong Kong decidiu adiar por um ano as eleições do Conselho Legislativo, programadas para 6 de setembro, citando um surto de infecções por coronavírus chinês.
Houve especulações de que os termos dos legisladores seriam prorrogados, mas não os dos membros pró-democracia.
O Comitê Permanente do Congresso Nacional Popular da China decidiu nesta terça-feira (11), prorrogar os mandatos para todos os legisladores em exercício.
O comitê tem o direito de interpretar a Lei Básica de Hong Kong.
A decisão ocorre depois que a polícia de Hong Kong prendeu a ativista pro-democracia Agnes Chow por suspeita de violação da nova lei de segurança nacional.
Chow foi solta sob fiança na terça-feira (11), à noite.
Ela era membro fundador do grupo Demosisto, que procurou construir um apoio internacional para a democracia em Hong Kong. Mas o grupo se dissolveu no final de junho, no dia em que a legislação de segurança entrou em vigor.
O magnata da mídia, Jimmy Lai, também foi preso. Ele fundou um jornal crítico de Pequim. A polícia diz que ele e outros suspeitos conspiraram com forças estrangeiras para prejudicar a segurança nacional. Mas a polícia não se pronunciou sobre as supostas violações.
Uma mulher disse: “Eles fizeram uma nova lei de segurança nacional para prender pessoas que têm crenças opostas e impedir o povo de Hong Kong de levantar a voz”. Outro cidadão disse que ele está com raiva e Hong Kong não é o que costumava ser.
A polícia de Hong Kong prendeu pelo menos 20 pessoas desde que a lei entrou em vigor.
Um especialista japonês diz que as últimas prisões fazem parte do aviso de Pequim às forças pró-democracia.
O professor Korogi Ichiro, da Universidade de Estudos Internacionais de Kanda, diz: “A lei é muito ambígua. Acredito que Pequim a quer dessa forma para que possa ser interpretada arbitrariamente. Eles prendem as pessoas primeiro e encontram os crimes depois. Esse é o método usual deles”.
Outro especialista está preocupado com Chow, que anteriormente visitou o Japão e conversou com estudantes universitários. Kamikubo Masato, professor da Universidade Ritsumeikan, diz: “Nós só queremos que ela sobreviva. Nós a apoiaremos, não importa o que aconteça”.
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