Amazon suspende uso de tecnologia de reconhecimento facial pela polícia

A gigante tecnológica americana Amazon informa que está impedindo a polícia de usar sua tecnologia de reconhecimento facial baseado em Inteligência Artificial por um ano.

A medida ocorre em meio a uma onda de protestos contra preconceitos raciais e discriminação após a morte de um homem negro sob custódia policial na cidade norte-americana de Minneapolis.

A Amazon anunciou a suspensão, por um ano, em um comunicado nesta quarta-feira (10).

A empresa diz que “defendeu que os governos deveriam criar regulamentações mais fortes para reger o uso ético da tecnologia de reconhecimento facial”.

A Amazon acredita que a moratória de um ano para o uso de sua tecnologia pela polícia “pode dar ao Congresso tempo suficiente para implementar regras apropriadas”.

Alguns estudos sugerem que os algoritmos de reconhecimento facial são menos precisos na identificação de faces afro-americanas do que os caucasianos.

Há também preocupações de que os dados alimentados por um sistema baseado em IA possam refletir o preconceito racial na sociedade.

Cientistas e grupos de direitos humanos dizem que o uso da tecnologia de reconhecimento facial em investigações criminais poderia levar a respostas discriminatórias.

A própria Amazon deixou de dar razões claras para sua decisão. Mas a mídia diz que os protestos anti-policiais que se seguiram à morte de George Floyd podem ter sido um fator determinante.

A IBM disse em uma carta ao Congresso na segunda-feira (8), que está interrompendo todos os seus serviços de reconhecimento facial de propósito geral. Ela pediu uma reforma policial e regras para responsabilizá-los mais por má conduta.

A IBM disse que fornecedores e usuários de sistemas de IA têm uma responsabilidade compartilhada para garantir que seja testada, particularmente quando usada na aplicação da lei, e que tal teste seja auditado e reportado.