China continua a inundar o mundo com suprimentos médicos defeituosos
Mais de uma dúzia de países em quatro continentes revelaram recentemente problemas com testes de coronavírus de fabricação chinesa e equipamentos de proteção pessoal. Os problemas variam de kits de teste contaminados com o coronavírus chinês a peças de vestuário médico contaminadas com insetos.
As autoridades chinesas se recusaram a assumir a responsabilidade pelo equipamento defeituoso e, em muitos casos, lançaram a culpa sobre os países que adquiriram o material. Eles também conclamaram as nações do mundo a pararem de “politizar” o problema.
O primeiro-ministro eslovaco, Igor Matovič, revelou que mais de um milhão de testes de coronavírus fornecidos pela China para um pagamento em dinheiro de 15 milhões de euros (16 milhões de dólares) eram imprecisos e incapazes de detectar o Covid-19. “Temos uma tonelada de testes e não temos utilidade para eles”, disse ele. “Eles devem ser, simplesmente, jogados diretamente no Lixo”.
A senadora norte-americana Kelly Loeffler, da Geórgia, acusou a China de atrasar os carregamentos de kits de teste: “Os testes são fundamentais para abrir o nosso país de novo. Estou preocupada que a China esteja atrasando os kits de teste. Eles estão jogando com a política comercial para nos impedir, os Estados Unidos, de obter os testes de que precisamos”.
“Não devemos perder de vista o desafio estratégico fundamental que o Ocidente enfrenta na emergente era pós-globalização: estamos numa longa competição crepuscular com o regime comunista chinês, uma luta da qual não podemos fugir, quer queiramos quer não.” – Andrew Michta, George C. Marshall Centro Europeu de Estudos de Segurança.
O Gatestone Institute informou, recentemente, que milhões de equipamentos médicos comprados da China pelos governos europeus para combater a pandemia do coronavírus chinês são defeituosos e inutilizáveis.
Desde esse relatório, mais de uma dúzia de países em quatro continentes revelaram problemas com testes de coronavírus de fabricação chinesa e equipamentos de proteção pessoal. Os problemas variam de kits de teste contaminados com o vírusa peças de vestuário médico contaminadas com insetos.
As autoridades chinesas se recusaram a assumir a responsabilidade pelo equipamento defeituoso e, em muitos casos, lançaram a culpa sobre os países que adquiriram o material. Eles também conclamaram as nações do mundo a pararem de “politizar” o problema – ao mesmo tempo em que o presidente chinês Xi Jinping e seu Partido Comunista procuraram alavancar a pandemia para reivindicar uma liderança global.
A Espanha, o epicentro da crise do coronavírus chinês na Europa, tem experimentado o maior número de problemas com equipamentos médicos comprados da China.
Depois que a epidemia atingiu a Espanha, o governo comprou suprimentos médicos da China no valor de 432 milhões de euros (470 milhões de dólares). Os vendedores chineses exigiram que eles fossem pagos adiantados antes de fazer qualquer entrega. Agora parece que grande parte do material fornecido pela China está abaixo do padrão.
No final de março, por exemplo, o Ministério da Saúde espanhol revelou que mais de meio milhão de testes de coronavírus que havia comprado de um fornecedor chinês estavam com defeito. Os testes, fabricados pela Shenzhen Bioeasy Biotechnology, uma empresa sediada na província chinesa de Guangdong, tiveram uma taxa de detecção precisa inferior a 30%. A Bioeasy alegou, por escrito, que seus testes tinham uma taxa de detecção precisa de 92%.
Após a fraude ter feito manchetes internacionais, a Bioeasy concordou em substituir os testes. No dia 21 de abril, porém, o jornal espanhol El País noticiou que todos os 640.000 testes de substituição também foram inúteis. O governo espanhol agora está buscando um reembolso.
A Embaixada da China em Madri culpou o governo espanhol pela compra dos testes de um fornecedor não autorizado. O Bioeasy, aparentemente, não tem licença para vender testes de coronavírus. A Espanha, no entanto, também relatou problemas com material adquirido de vendedores autorizados pelo governo chinês.
No dia 15 de abril, o Ministério da Saúde da Espanha fez recall de 350 mil máscaras FFP2, após testes laboratoriais terem determinado que elas não estavam de acordo com as normas. As máscaras defeituosas foram fabricadas pela Garry Galaxy Biotechnology, empresa incluída na lista de fabricantes aprovados de equipamentos de proteção individual do governo chinês. As máscaras FFP2 são necessárias para filtrar pelo menos 94% dos aerossóis, mas as entregues na Espanha filtraram apenas entre 71% e 82% dos aerossóis.
As máscaras defeituosas foram adquiridas pelo Ministério da Saúde espanhol e distribuídas para hospitais e casas de repouso em todo o país. Após a retirada das máscaras defeituosas, mais de uma centena de profissionais de saúde que as haviam utilizado apresentaram positivo para o coronavírus chinês (Covid-19).
Na região nordeste espanhola da Catalunha, as autoridades locais de saúde, no dia 18 de abril, fizeram recall de 180.000 testes de anticorpos Covid-19 – também conhecidos como testes sorológicos – devido à sua baixa taxa de detecção. Os testes, produzidos pelo fabricante chinês Guangzhou Wondfo Biotech, foram adquiridos pelo governo central de Madri e distribuídos às autoridades sanitárias regionais para detectar o Covid-19 em dois grupos prioritários: pessoal de saúde e pessoas idosas em casas de repouso. Os testes Wondfo deram resultados negativos a pessoas que haviam testado anteriormente positivo para o Covid-19, e também não conseguiram distinguir entre dois tipos de anticorpos, incluindo os que conferem imunidade.
Na cidade oriental de Alicante, o Hospital Geral fez recall de 640 roupas médicas descartáveis depois que uma das caixas da China continha baratas. O hospital disse ter recebido um total de 3.000 vestes em 75 caixas e que encontrou dois insetos dentro de uma das caixas. Acrescentou que, dada a escassez de suprimentos médicos, as roupas seriam esterilizadas, não destruídas.
Outros países – na Europa e no mundo – também criticaram a qualidade dos suprimentos médicos chineses:
- Austrália. Em 1º de abril, a Australian Broadcasting Corporation (ABC) relatou que a Australian Border Force (ABF) tinha apreendido quase um milhão de máscaras faciais defeituosas de fabricação chinesa e outras roupas de proteção que foram exportadas para a Austrália para ajudar a frear a propagação do coronavírus. O material foi avaliado em A$ 1,2 milhões (US$ 760.000). “Começamos a ver esse material chegar há cerca de três semanas, quando a notícia da pandemia estava realmente decolando”, disse um funcionário da ABF à ABC. “O material duvidoso está vindo por carga aérea porque há um acúmulo de carga marítima nos portos australianos”.
- Áustria. Em 6 de abril, o Ministério da Economia confirmou que 500 mil máscaras encomendadas da China para uso no Tirol do Sul estavam “completamente inutilizáveis”, porque não cumpriam as normas de segurança: “O resultado da verificação do controle de qualidade mostrou que as máscaras não atendem a um padrão FFP. Ao colocar as máscaras, é impossível obter um ajuste adequado na área do queixo e das bochechas”. A ministra da Economia, Margarete Schramböck, reclamou que os fornecedores chineses das máscaras FFP2 e FFP3, urgentemente necessárias, não forneceram a qualidade exigida em nove de cada dez casos. Em 9 de abril, a mídia austríaca relatou que o problema da máscara defeituosa era muito maior do que se pensava inicialmente. A Cruz Vermelha Austríaca encomendou 20 milhões de máscaras do mesmo fabricante chinês que fez as máscaras defeituosas para o Tirol do Sul.
- Bélgica. Em 31 de março, o Hospital Universitário de Leuven rejeitou uma remessa de 3.000 máscaras da China porque o equipamento estava abaixo do padrão.
- Canadá. No dia 7 de abril, a cidade de Toronto fez recall de mais de 60.000 máscaras cirúrgicas feitas na China. As máscaras, avaliadas em mais de $200.000, foram fornecidas ao pessoal em unidades de tratamento de prolongado. As autoridades sanitárias de Toronto estavam investigando se os profissionais de saúde estavam expostos ao Covid-19 enquanto usavam o equipamento. As máscaras representaram cerca de 50% do inventário de máscaras cirúrgicas de Toronto, de acordo com Matthew Pegg, chefe dos bombeiros de Toronto e gerente geral de gerenciamento de emergência.
- República Tcheca. No dia 23 de março, o site de notícias tcheco iRozhlas informou que 300.000 kits de teste de coronavírus entregues pela China tiveram uma taxa de erro de 80%. O Ministério do Interior da República Tcheca havia pago US$ 2,1 milhões pelos kits defeituosos.
- Finlândia. Em 10 de abril, o diretor-gerente da Agência Nacional de Emergência da Finlândia, Tomi Lounema, renunciou depois de admitir ter gasto 10 milhões de euros (11 milhões de dólares) em equipamentos de proteção defeituosos da China.
- Geórgia. Em 27 de março, o Ministro da Saúde Ekaterine Tikaradze cancelou um pedido de 200.000 testes de coronavírus fabricados pela empresa chinesa Shenzhen Bioeasy Biotechnology Company. O cancelamento veio depois que a Espanha informou que 640.000 testes que adquiriu da empresa estavam defeituosos. Ela disse: “A Georgia tinha um contrato com esta empresa, mas hoje foi cancelado. O dinheiro não foi transferido. Estamos negociando com outra empresa e, a princípio, eles vão enviar dois mil testes. Se a confiabilidade desses testes for aprovada por nós, compraremos uma quantidade adicional”.
- Índia. Em 16 de abril, o Economic Times de Mumbai informou que 50 mil equipamentos de proteção individual doados pela China estavam defeituosos e inutilizáveis.
- Irlanda. Em 6 de abril, o Health Service Executive (HSE) revelou que uma grande parte dos 200 milhões de euros de entrega de equipamentos de proteção individual fornecidos pela China foi considerada inutilizável para os profissionais de saúde. O HSE disse à empresa chinesa responsável pela entrega que, a menos que a qualidade do equipamento enviado seja garantida, não haverá mais acordos entre as duas nações no que diz respeito aos EPIs. O governo disse que estava buscando um reembolso.
- Malásia. Em 16 de abril, as autoridades malaias aprovaram o uso de kits de teste de coronavírus da Coreia do Sul, após kits similares da China terem sido considerados defeituosos. Um alto funcionário do Ministério da Saúde, Noor Hisham Abdullah, disse que a precisão dos testes chineses “não foi muito boa”. Ele expressou otimismo em relação aos testes sul-coreanos: “Agora que temos um kit de testes que é rápido, portátil e barato, que vai fazer a diferença.”
- Holanda. Em 28 de março, a Holanda fez recall de 1,3 milhões de máscaras de rosto produzidas na China por não atenderem aos padrões mínimos de segurança para o pessoal médico. As chamadas máscaras KN95 são uma alternativa chinesa menos cara do que a máscara N95 padrão americano, que atualmente está em falta em todo o mundo. A KN95 não cabe no rosto tão bem como a N95, expondo assim potencialmente o profissional de saúde ao coronavírus chinês.
- Filipinas. Em 29 de março, o Departamento de Saúde pediu desculpas pelos comentários que fez um dia antes de que dois lotes de kits de teste de coronavírus fornecidos pela China estavam abaixo das normas. A subsecretária de Saúde, Maria Rosario Vergeire, havia dito que os kits feitos pelos fabricantes chineses BGI Group e Sansure Biotech eram apenas 40% precisos no diagnóstico da Covid-19 e que alguns deles teriam que ser descartados. A Embaixada da China em Manila rejeitou essas acusações e alegou que os kits cumpriam as normas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde. “A Embaixada chinesa rejeita firmemente quaisquer comentários irresponsáveis e quaisquer tentativas de minar nossa cooperação a esse respeito”, tweetou um porta-voz.
- Eslováquia. Em 1º de abril, o primeiro ministro, Igor Matovič, revelou que mais de um milhão de testes de coronavírus fornecidos pela China para um pagamento em dinheiro de 15 milhões de euros (16 milhões de dólares) eram imprecisos e incapazes de detectar o Covid-19. “Temos uma tonelada de testes e não temos utilidade para eles”, disse ele. “Eles devem ser simplesmente jogados diretamente no Danúbio”. A China acusou o pessoal médico eslovaco de usar os testes de forma incorreta.
- Turquia. Em 27 de março, o ministro da Saúde, Fahrettin Koca, disse que a Turquia havia tentado exames do coronavírus da China, mas as autoridades “não ficaram satisfeitas com eles”. A professora Ateş Kara, membro da força-tarefa do Ministério da Saúde da Turquia contra o coronavírus, acrescentou que o lote de kits de testes era apenas 30 a 35% preciso: “Nós os experimentamos. Eles não funcionam. A Espanha cometeu um grande erro ao usá-los”.
- Reino Unido. Em 6 de abril, o jornal londrino The Times noticiou que 17,5 milhões de testes de anticorpos coronavírus fornecidos pela China estavam com defeito. Os fabricantes chineses dos testes culparam funcionários e políticos britânicos por entenderem mal ou exagerarem a utilidade dos testes. O governo britânico, que, alegadamente, pagou pelo menos US$ 20 milhões (£16 milhões) pelos testes, disse que estava buscando um reembolso. Enquanto isso, outros testes de coronavírus destinados ao Reino Unido foram encontrados contaminados com coronavírus.
- Estados Unidos. Em 17 de abril, a diretora do Departamento de Segurança Pública do Missouri, Sandy Karsten, revelou que 3,9 milhões de máscaras KN95 fabricadas na China estavam defeituosas. O Estado do Missouri havia assinado um contrato de 16,5 milhões de dólares com um fornecedor não identificado para as máscaras e pago metade adiantado. O fornecedor se recusa a devolver os US$ 8,25 milhões. O governador do Missouri, Mike Parson, disse: “Fomos enganados aqui neste estado e vamos lá fora e tentar recuperar o nosso dinheiro e responsabilizar as pessoas”. No vizinho Illinois, o governador J.B. Pritzker disse que o estado gastou US$ 17 milhões em máscaras KN95 que podem ser inutilizáveis: “sabe-se que os produtos veem em carregamentos de um milhão – não se pode checar por uma máscara de cada vez e então retira-se amostras dos carregamentos que chegam, para ter certeza que se tem e o que está pagando.” No Estado de Washington, 12.000 kits de testes de coronavírus produzidos na China foram retirados após alguns deles apresentarem contaminação pelo coronavírus.
Em 30 de março, a China instou os países europeus a não “politizar” as preocupações com a qualidade dos suprimentos médicos da China. “Os problemas devem ser devidamente resolvidos com base em fatos, não em interpretações políticas”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying.
Em 1º de abril, o governo chinês inverteu o curso e anunciou que estava aumentando sua fiscalização das exportações de kits de teste de coronavírus feitas na China. Os exportadores chineses de testes de coronavírus devem agora obter um certificado da Administração Nacional de Produtos Médicos (NMPA) para serem liberados pelo órgão alfandegário chinês.
Em 16 de abril, o Wall Street Journal noticiou que milhões de equipamentos médicos destinados aos Estados Unidos estavam sendo mantidos em armazéns na China devido às novas restrições à exportação impostas pelo governo chinês. “Apreciamos os esforços para garantir o controle de qualidade”, disse o Departamento de Estado dos EUA. “Mas não queremos que isso sirva como um obstáculo para a exportação oportuna de suprimentos importantes”.
O senador americano Kelly Loeffler, da Geórgia, acusou a China de atrasar os embarques de kits de teste: “Os testes são fundamentais para abrir o nosso país de novo. Estou preocupado que a China esteja atrasando os kits de teste”. Eles estão jogando com a política comercial para nos impedir, os Estados Unidos, de obter os testes de que precisamos”.
A pandemia do coronavírus chinês expôs as falhas da globalização ao revelar como o Ocidente se permitiu ficar perigosamente dependente da China comunista para o fornecimento de produtos médicos e de saúde essenciais.
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