Mais de 60 pessoas morrem pisoteadas no funeral de Qassim Soleimani enquanto o Irã alerta para ataque a Israel
Pelo menos 60 pessoas morreram e 200 ficaram feridas durante o funeral de Qassim Soleimani, o general iraniano morto pelos EUA.
Dezenas de milhares reuniram-se numa praça central em Kerman, a cidade natal do comandante, enquanto se preparavam para o seu enterro. Testemunhas dizem que os enlutados foram violentamente afastados do cortejo enquanto o caixão passava, com multidões atropelando homens, mulheres e crianças.
O vídeo do local mostrava corpos cobertos de casacos enquanto os paramédicos trabalhavam nos feridos. As procissões fúnebres em cidades do Iraque e do Irã durante três dias foram uma honra sem precedentes para Soleimani, que é visto por muitos iranianos como um herói nacional por liderar a Força Quds de elite da Guarda. Uma procissão em Teerã na segunda-feira atraiu mais de um milhão de pessoas.
Falando aos reunidos ontem, Hossein Salami, chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, prometeu vingar a matança. Soleimani era agora mais poderoso na morte do que na vida, disse ele.
“Nós vamos nos vingar. Vamos incendiar um lugar que eles gostam e eles sabem bem onde fica”, declarou, provocando gritos de “Morte a Israel”.
Teerã ameaçou vingar-se dos EUA e seus aliados desde que um drone norte-americano matou Soleimani, perto do Aeroporto Internacional de Bagdá, na sexta-feira (3).
Israel, um inimigo regional de longa data do Irã, aproximou-se dos EUA sob o comando de Donald Trump. Mas Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, tem estado, notavelmente, calado desde o ataque, distanciando-se do ataque dos EUA.
De acordo com os ministros que falaram à imprensa israelense, o Sr. Netanyahu teria dito: “A morte de Soleimani não é um evento israelense, mas sim norte-americano. Nós não estivemos envolvidos”.
Ele acrescentou que Israel não poderia ser arrastado para a escalada do conflito – temendo um ataque do Hamas nos territórios palestinos ou do Hezbollah, a força representante do Irã, no Líbano.
Os EUA e Israel têm tido inteligência suficiente sobre os movimentos de Soleimani ao longo dos anos para o alvejar, mas tinham decidido não o fazer.
O Irão tem mísseis de médio e longo alcance e gaba-se, regularmente, de poder atingir alvos israelenses, incluindo o Aeroporto Internacional Ben Gurion.
Com base na inteligência, os EUA têm estado atentos a potenciais ataques, especificamente, contra locais dos EUA no Iraque, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Jordânia e Arábia Saudita.
O New York Times citou fontes que afirmam que as forças iranianas – em vez de seus procuradores – retaliariam.
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