Banco do Brics mira investimentos em PPI e Privatizações
O presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), Kundapur Vaman Kamath, disse nesta quarta-feira (13), que as oportunidades de investimentos no Brasil são promissoras. Kamath citou investimentos em projetos relacionados ao Programa de Parcerias de Investimentos e as privatizações, durante a abertura do seminário O NDB e o Brasil: Parceria Estratégica para o Desenvolvimento Sustentável, em Brasília.
Ele destacou ainda a abertura do Escritório Regional das Américas, em São Paulo, que já está em funcionamento, assim como o subescritório criado em Brasília. Apesar de estarem em funcionamento, os dois escritórios ainda precisam da aprovação de Decreto Legislativo pelo Congresso Nacional para formalizar a operação do NBD no Brasil.
Segundo o presidente do NDB, o banco focou sua atuação, inicialmente, em projetos do setor público. Kamath disse que agora é preciso ampliar os projetos no setor privado. No evento, ele também falou sobre empréstimos em moeda local para os países sócios do banco. “É isso que o nosso cliente quer. Cada vez mais, será assim”, afirmou.
O NBD, com sede em Xangai, na China, foi criado em 2014 durante a 6ª Cúpula do Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O banco tem a missão de mobilizar recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países integrantes.
Para a criação do banco, governantes das cinco economias se comprometeram a integralizar, cada um, 20% de um total de US$ 10 bilhões entre 2016 e 2022 para compor a nova instituição. O Brasil repassou até o momento US$1 bilhão e deverá destinar mais US$ 1,050 bilhão para a instituição até 2022.
Segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a carteira de empréstimos aprovados do NDB entre 2016 e 2018 englobou 30 projetos no valor total de US$ 8,1 bilhões. Nestes três anos, a China teve a maior participação nos projetos aprovados, com 34% do total acumulado, seguida por Índia (32%), Rússia (18%), África do Sul (8%) e Brasil (8%).
Em valores, a China acumulou em três anos US$ 2,8 bilhões em financiamentos, seguida pela Índia (US$ 2,5 bilhões), Rússia (US$ 1,5 bilhão), África do Sul (US$ 680 milhões) e Brasil (US$ 621 milhões). Este ano, o NDB aprovou projeto, no valor de U$ 500 milhões, a maior liberação de recursos feita pelo banco para o Brasil. O dinheiro será destinado ao ao Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, o Fundo Clima.
Durante o evento de hoje, o ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou que a maior participação do NDB no Brasil trará ao país experiência no desenvolvimento de projetos e ampliará a capacidade de atrair investimentos. “O NDB é uma peça fundamental nesse jogo. Queremos não só pelo dinheiro [emprestado pelo banco], queremos pela experiência na produção de infraestrutura eficiente como a China fez. A China fez extraordinário trabalho de infraestrutura”, afirmou Guedes.
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