Equador decreta estado de exceção por causa de protestos
O presidente do Equador, Lenín Moreno, decretou nesta quinta-feira (3), estado de exceção no país, em resposta à greve declarada pelo Sindicato dos Transportes, em rejeição ao aumento no preço dos combustíveis e ao pacote de medidas econômicas que o governo implementou no âmbito do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
“Para garantir a segurança dos cidadãos e evitar o caos, estabeleci o estado de exceção em nível nacional”, disse Moreno, em declaração à imprensa no Palácio de Carondelet, sede do Executivo equatoriano.
O anúncio ocorre em meio a um tumulto geral no país, com representantes de organizações estudantis, indígenas e trabalhadores em alerta e organizando mobilizações para rejeitar a eliminação dos subsídios aos combustíveis, entre outras medidas econômicas.
Lenín Moreno afirmou que a reivindicação de direitos não pode prejudicar os direitos que são realmente “fundamentais para o progresso do país: trabalho, educação e mobilidade livre”.
O presidente disse ainda que reitera a abertura ao diálogo, um mecanismo que, segundo ele, é aplicado no país desde o primeiro dia de seu governo e enfatizou que não aceitará chantagens e agirá de acordo com a lei.
A ministra do Governo, María Paula Romo, informou que 19 pessoas foram presas por causa de excessos durante as manifestações na manhã desta quinta-feira.
María Paula explicou que o estado de exceção garante que os cidadãos possam se mobilizar e que os produtos cheguem ao seu destino. “[O estado de exceção] não é para interromper o movimento dos cidadãos, mas para garantir isso”, enfatizou.
Aulas suspensas
O governo anunciou também a suspensão das atividades acadêmicas, quinta e sexta-feira (4), em todas as universidades, escolas politécnicas, institutos técnicos e de tecnologia superior e conservatórios em todo o país.
De acordo com nota do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, a medida foi tomada para garantir a segurança de todos os estudantes diante dos problemas no setor de transportes em várias regiões do país.
Os protestos continuaram nesta tarde, depois que a ministra María Paula Romo ratificou que a decisão do aumento no preço dos combustíveis não será revisada.
Na cidade de Guayaquil, o sistema de transporte municipal Metrovía suspendeu os serviços à tarde para manter a segurança dos passageiros. Era o único sistema de transporte em operação na cidade após os protestos das transportadoras. Nesta cidade, foram registrados saques em estabelecimentos comerciais.
Os protestos causaram transtornos também aos passageiros que chegavam à capital, Quito, pelo Aeroporto Mariscal Sucre, devido ao fechamento das vias de acesso.
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