Explosão e incêndio em usina petroquímica na França causa pânico e danos ambientais
Na madrugada dessa quinta, dia 26 por volta de 02:45h (hora de Paris, 9:45h , hora de Tokyo) ocorreu uma explosão seguida de incêndio na usina Lubrizol France, na cidade de Rouen, região oeste da França. A Lubrizol fabrica aditivos para óleos, combustíveis e tintas industriais.
Como precaução, os habitantes mais próximos do local foram evacuados, mas foram autorizados a voltar para suas casas à noite. As escolas de 12 municípios da aglomeração permanecerão fechadas na sexta-feira e reabrirão na segunda-feira caso a situação seja considerada segura, e aos serviços e comércio foi dado ponto facultativo geral. As autoridades temem uma poluição do Rio Sena e uma investigação para determinar as causas do acidente.
O incêndio que se seguiu a explosão provocou uma enorme produção de fumaça tóxica que encobriu parte da cidade e transformou a manhã em noite, provocando também chuva de resíduos oleosos por toda a extensão da região de abrangência da fumaça devido à chuva leve no momento.
De acordo com informações da Prefeitura de Rouen, o foco principal foi extinto somente às 20:15h (hora local) do dia 26, mas “o trabalho que os bombeiros terão que tomar para controlar completamente a situação no espectro dos riscos químicos na planta da fábrica e arredores ainda vai durar vários dias, talvez até várias semanas”,
Por enquanto os danos ambientais aparentes foram minimizados pela chuvisco que estava presente na atmosfera durante algumas horas do ocorrido, o que evitou uma dispersão maior da fumaça tóxica mas provocou a precipitação de uma fina camada oleosa por toda a região na direção da dispersão da fumaça.
Em Rouen, desde o início do desastre, os habitantes de uma dúzia de vilas próximas à fábrica foram “convidados” a permanecer confinados em suas casas (inicialmente, procedimento normal para casos como esse, previsto em planos de emergências). A nuvem de fumaça gerada “carrega em si uma série de produtos que podem ser perigosos para a saúde”, disse o ministro do Interior, Christophe Castaner.
O serviço de comunicação social da Lubrizol France até o momento não divulgou nenhuma declaração sobre o ocorrido.
Testemunhos da população
A população através das redes sociais está publicando muitas imagens da imensa fumaça que emana do incêndio e os sons das explosões que são perceptíveis à vários quilômetros ao redor de Rouen“, escrevem amigos no local. A fábrica em chamas fica a apenas 3 km do centro da cidade e de sua catedral.
As imagens de animais mortos, assim como casas, mobílias e veículos completamente cobertos de uma fina camada de óleo estão aos milhares nas redes sociais assim como os relatos de pessoas intoxicadas e hospitais repletos de pessoas procurando auxílio, em especial crianças e idosos.
Outro fato amplamente divulgado nas redes sociais pelos habitantes locais é a grande quantidade de Bombeiros e forças de ordem, o que impulsionou especulações de um atentado terrorista.
Aparentemente “Nenhum perigo em particular”; Contradições de situação e declarações
Ao final de sua declaração, o ministro Castagner na região pediu uma “vigilância especial” às “populações vulneráveis” (crianças, idosos, doentes). Também é recomendada uma “lavagem de frutas e vegetais produzidos localmente”.
Estranhamente no entanto, para os serviços de Estado nas regiões, não há motivo para alarme e foi declarado mais tarde oficialmente pelo ministro do interior Castagner que “os efeitos da nuvem de fumaça não possuem toxicidade aguda” (!?!).
De acordo com um comunicado da prefeitura da região, “os fortes ventos e fortes chuvas do dia estão causando a dispersão dessas nuvens”. Neste comunicado de imprensa, co-assinado pela Agência Regional de Saúde (ARS), acrescenta-se que “as análises […] realizadas mostram que os efeitos dessa nuvem podem ser irritantes e odorosos, mas sem toxicidade aguda”(!?!).
As escolas de 12 municípios e parte de Rouen permanecerão fechadas na sexta-feira e reabrirão na segunda-feira, disse o prefeito da Normandia, Pierre-Andre Durand, em um comunicado. Além disso, ele disse: “é sempre aconselhável que as pessoas frágeis desses municípios fiquem em casa até sexta à noite”.
O transporte público da aglomeração foi interrompido “progressivamente” na tarde de quinta-feira após uma “decisão do pessoal dos transportes”, segundo o prefeito, que vê uma medida “não justificada”. Eles devem retomar normalmente sexta-feira de manhã, ele garantiu.
O plano de emergência e auxílio mútuo local foi implantado para evitar a poluição do Sena que ainda não foi observada, disse o ministro Castagner. “Não há risco” de beber água porque não há captação de água na área, disse ele. Aparentemente, a parte afetada pelo incêndio representa “cerca de 10% das instalações da Lubrizol“, ou “1,1 hectare em 14”, disse Pierre-André Durand.
A fábrica, que emprega 400 pessoas, fabrica e comercializa aditivos para óleos, combustíveis ou tintas industriais. Criado em 1954, às margens do Sena, margem esquerda, foi classificado como uma planta industrial que apresenta grande periculosidade e riscos de acidentes .
A CGT (Central Geral dos Trabalhadores da França) pediu em uma declaração “total transparência sobre os riscos incorridos” após o incêndio, preocupando-se com o nível de segurança nessa empresa onde um incidente grave já havia ocorrido em 2013. Sobre o último ponto, o prefeito de Rouen disse que esta planta “está dentro do padrão como vimos em 2019”. No entanto, ele reconheceu que “nem sempre foi assim” e que em 2017 “foi comunicado” por causa de “17 falhas” e depois “a atualização de correções foi realizada “, assegurou. Em comunicado, a Lubrizol disse que “o incêndio atingiu um armazém, uma instalação de envase e um prédio administrativo”.
Duas outras fábricas próximas da região foram evacuadas
Inicialmente um total de 240 bombeiros participaram das operações, mas relatos dos Bombeiros reportam que esse número chegou à 400 ao decorrer do período. Este dispositivo “será iluminado durante a noite”. O incêndio está “sob controle desde as 11h da manã do dia 26″, mas “não se apaga por completo”, disse na imprensa os bombeiros coronel Jean–Yves Lagalle, destacando que “existem muitos pontos quentes”. Também foram engajados 90 policiais municipais e 40 gendarmes (Policia militar).
“Nos próximos dias, haverá um trabalho monitoramento desses pontos quentes, principalmente por causa da presença de produtos inflamáveis, disseram os bombeiros. Duas fábricas próximas, classificadas como baixo risco, também foram evacuadas durante o dia.
“O local é muito grande e deve ser visitado de maneira muito meticulosa, incluindo redes de esgotos”, disse o prefeito da Normandia. “o vazamento de produtos pode dar origem à emanação de odores, assemelhando-se a gás, após a extinção de um incêndio dessa magnitude”. Nesse caso, não devemos nos surpreender, afirmou, afirmando, em essência, que as análises realizadas até agora não encontraram nada anormal. Ele também disse que a fuligem caiu sobre a cidade e seus arredores por causa da nuvem de fumaça “daria origem a análises adicionais”.
“É um incêndio extremamente perigoso para a segurança do pessoal”, acrescentou, chamando o incêndio de “fora do comum”. Uma unidade de crise foi criada pela prefeitura de Seine–Maritime. Também abriu uma célula de informação ao público.
O comunicado oficial das autoridades sobre a situação passada e corrente pode ser acessado pelo link abaixo:
http://www.seine-maritime.gouv.fr/Actualites/Incendie-au-sein-de-l-entreprise-Lubrizol
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