Abe torna-se o segundo primeiro-ministro japonês com mandato mais longo
O primeiro-ministro Shinzo Abe tornou-se o segundo primeiro-ministro do Japão com mandato mais longo neste sábado (24), superando seu tio-avô, Eisaku Sato, que permaneceu no cargo por 2.798 dias na década de 1960 a 1970.
Abe, que agora se tornou o líder mais longevo do país depois da Segunda Guerra Mundial, tem boas chances de conquistar o título de todos os tempos em novembro, atrás do atual recordista Taro Katsura, que serviu 2.886 dias.
Após a primeira passagem, mais curta, entre 2006 e 2007, desde seu retorno em 2012, Abe, cujo governo se concentrou em impulsionar a economia da deflação, conseguiu apoio público relativamente sólido, pois não tem rivais fortes.
Ainda assim, ele está longe de alcançar seu objetivo de longa data de alterar a Constituição pacifista pela primeira vez desde que ela entrou em vigor em 1947.
Como a coalizão governista e outros legisladores com ideias semelhantes em favor da reforma constitucional perderam a maioria de dois terços na eleição da câmara alta em julho, Abe está agora pedindo aos partidos de oposição que se envolvam primeiro no debate parlamentar sobre a lei suprema. Essa maioria é necessária para iniciar o processo de revisão.
Na frente das relações exteriores, Abe enfrenta uma série de desafios. O Japão ainda não fez qualquer progresso tangível em lidar com questões como os sequestros de cidadãos japoneses pela Coreia do Norte nos anos 70 e 80 e a assinatura de um tratado de paz pós-guerra com a Rússia, resolvendo uma disputa territorial.
Sato, que agora é o terceiro líder japonês mais antigo depois de Abe, é conhecido por conseguir a reversão de Okinawa dos Estados Unidos para o Japão em 1972 e assinar um tratado que normalizou os laços entre o Japão e a Coreia do Sul na era do pós-guerra.
Décadas depois, o tratado de 1965 está no centro de uma disputa diplomática entre Tóquio e Seul, e os laços bilaterais caíram, recentemente, ao pior nível dos últimos anos.
A primeira corte da Coreia do Sul, no ano passado, ordenou que as empresas japonesas compensassem o trabalho forçado durante a Segunda Guerra Mundial e no domínio colonial do Japão na Península Coreana, de 1910 a 1945. Tóquio tem defendido que o acordo de 1965 resolveu a questão da compensação “final e completamente”.
A confiança mútua também está em jogo, uma vez que as duas nações têm travado disputas sobre a política comercial, primeiro desencadeada pelo endurecimento dos controles de exportação de Tóquio sobre alguns materiais para a Coreia do Sul, usados na fabricação de telas de cristal e semicondutores.
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