Guaidó sugere considerar todos cenários para restabelecer a democracia
Na reunião do Grupo de Lima, em Bogotá, na Colômbia, Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela, apelou, nesta segunda-feira (25), para que sejam considerados todos os “cenários internacionais possíveis” para restabelecer a democracia, a liberdade, os direitos civis e retire do poder o presidente venezuelano, Nicolás Maduro. O pedido ocorre no momento em que são apresentadas soluções, como sanções econômicas e intervenção externa.
“É o momento, irmãos e irmãs, de atuar construindo essa capacidade com todos os cenários internacionais possíveis com respeito à Constituição venezuelana para poder cessar essa situação dramática”, afirmou Guaidó, primeiro representante da Venezuela a participar de uma reunião do Grupo de Lima, criado em 2017 e que reúne 14 países.
Guaidó acrescentou que o momento exige firmeza e não sutileza. “Não dá para ser sutil com os termos devido o tamanho da crise. A tragédia hoje se agrava”, destacou o interino, lembrando que mais de 60 líderes de países o apoiam.
Pressão
O presidente interino disse que o caminho para a transição democrática na Venezuela é o pacífico. “A pressão e o cerco diplomático estão apenas começando”, ressaltou. “A pressão por reconstruir a democracia, a liberdade, está apenas começando por parte de uma região determinada disposta a por força para recuperar valores fundamentais.”
Guaidó afirmou que o movimento de resistência de Maduro envolve um esquema criminoso e armado. “O custo hoje é do regime utilizar suas últimas linhas de defesa porque não tem mais a lealdade de muitos dos seus militares. Utilizaram presos, coletivos armados, paramilitares urbanos para massacrar a população.”
Para o presidente interino, o processo de transição está em curso. “A transição é um fato na Venezuela”, disse. “Queremos uma transição pacífica com geração de emprego. De uma esperança que nasceu na Venezuela para não morrer.”
Sadismo
O interino classificou como “sadismo” o incêndio provocado em dois caminhões que cruzavam a ponte partindo de Cúcuta (Colômbia) para Ureña (Venezuela) levando remédios e alimentos à população. “É sádico queimar alimentos e remédios na frente de pessoas que precisam”, resumiu.
Para Guaidó, apesar das dificuldades envolvendo a ajuda humanitária internacional, o esforço não foi em vão. “O mundo viu quem bloqueia a saída pacífica e democrática”, disse. “Tentaram vender um falso de dilema: de esquerda ou de direita. Esse é um problema de direitos fundamentais. Respeito à liberdade privada.”
O interino enfatizou que a ajuda humanitária “foi uma tentativa de salvar vidas na Venezuela”. A passagem da fronteira foi fechada, na semana passada, por ordem de Maduro. “Estamos pedindo ajuda e cooperação para continuar nessa pressão necessária para que o regime vem resistindo.”
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