Coreia do Norte alerta sobre crise alimentar, fazendo racionamento, antes da cúpula com Trump
A Coréia do Norte informou que enfrenta um déficit de alimentos de 1,4 milhão de toneladas em 2019 e foi forçada a quase reduzir pela metade as rações, culpando as altas temperaturas, a seca, as inundações e as sanções da ONU, em um memorando, nesta quinta-feira (22).
A liberação do memorando, não datado, de duas páginas da missão norte-coreana às Nações Unidas acontece antes da segunda cúpula, na próxima semana, entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o ditador norte-coreano Kim Jong Un, sobre a desnuclearização da península coreana.
Washington vem exigindo que a Coreia do Norte desista do programa de armas nucleares que ameaça os Estados Unidos, enquanto a Coreia do Norte vem buscando a suspensão das sanções econômicas, o fim formal da Guerra da Coreia de 1950-53 e garantias de segurança.
Os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU aprovaram por unanimidade as sanções contra a Coreia do Norte desde 2006, em uma tentativa de sufocar o financiamento dos programas nucleares e de mísseis balísticos de Pyongyang.
“O governo da RPDC pede às organizações internacionais que respondam com urgência à situação alimentar”, dizia o memorando norte-coreano, que a missão da ONU do país descreveu como acompanhamento da avaliação conjunta com o Programa Mundial de Alimentos entre 26 de novembro e 7 dezembro de 2018. O Programa Mundial de Alimentos (World Food Programme – WFP) se recusou a comentar.
O nome oficial da Coreia do Norte é a República Democrática Popular da Coreia (Democratic People’s Republic of Korea – DPRK).
A Coreia do Norte informou que importará 200 mil toneladas de alimentos e produzirá cerca de 400 mil toneladas nas primeiras safras, mas que ainda ficaria com uma lacuna e, a partir de janeiro, reduziria as rações diárias de 500 gramas para 300 gramas por pessoa.
Autoridades da ONU e grupos de ajuda na Coreia do Norte estavam consultando o governo para “entender melhor o impacto da situação de segurança alimentar nas pessoas mais vulneráveis, para tomar medidas imediatas para atender suas necessidades humanitárias”, disse o porta-voz da ONU Stephane Dujarric nesta quinta-feira (21).
Ele disse que as Nações Unidas e os grupos de ajuda só foram capazes de ajudar um terço dos seis milhões de pessoas que precisam de ajuda no ano passado devido à falta de financiamento. Um recurso da ONU de US $ 111 milhões em 2018 foi financiado apenas por um trimestre, disse Dujarric.
As Nações Unidas estimam que um total de 10,3 milhões de pessoas – quase metade da população – estão em necessidade e cerca de 41% dos norte-coreanos estão subnutridos, disse Dujarric.
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