As 2 Coreias retomam o encontro de famílias separadas na guerra.
Após um rápido degelo diplomático na península, 89 sul-coreanos, idosos e frágeis, se encontrarão com seus familiares em um resort norte-coreano no Monte Kŭmgang nesta segunda-feira (20), quase sete décadas depois de terem sido separados pela guerra, que manteve a península e seus parentes divididos, informou a imprensa local.
Desde 2000, os dois países realizaram 20 reuniões, mas o tempo está se esgotando para muitos membros idosos destas famílias, informou a agência de notícias Yonhap neste sábado (18). O evento desta semana é o primeiro desde outubro de 2015.
Os 89 escolhidos para participar do evento representam apenas um pequeno grupo de cerca de 57 mil pessoas esperando para se reencontrar com seus entes queridos no norte. De acordo com a Yonhap, muitos estão na faixa dos 70 anos ou mais, indicando que a “janela de oportunidade está se fechando rapidamente” para encontrar seus parentes, antes que eles morram.
Tem sido comum que pedidos de reunião familiar sejam negados por falecimentos. A Yonhap cita o caso de Park Hong-seo, 88 anos, que pediu para ver o irmão mais velho em uma reunião familiar. Ele foi informado de que seu irmão havia morrido em meados da década de 1970.
Koh Ho-joon, um homem de 77 anos que esperava conhecer seu irmão mais velho, soube que ele havia sido dado como morto há muito tempo. No entanto, Koh ainda está ansioso para conhecer a esposa de seu irmão, depois que a família foi separada durante a Guerra da Coreia em meados do século XX.
“Quando me candidatei, fiquei preocupado que meu irmão tivesse sido morto durante a guerra, mas felizmente ouvi dizer que ele tinha vivido até os 44 anos”, disse Koh, acrescentando: “Ouvi dizer que sua esposa continua viva aos 82 anos. Sou muito grato por ela, ela cuidou de seus filhos sozinha”, citado pela Yonhap.
Os participantes sul-coreanos da reunião poderão permanecer de segunda a quarta-feira com a família. Logo após, uma outra reunião com 83 norte-coreanos será promovido com suas famílias sul-coreanas de sexta a domingo. Durante cada uma das duas sessões de três dias, as famílias devem ter cerca de 11 horas para conversar, relatou a Yonhap.
Milhões de pessoas foram mortas durante a Guerra da Coreia, que durou de 1950 a 1953, quando armistício foi assinado pelos dois lados do conflito. A guerra dividiu irmãos e irmãs, pais e filhos, e maridos e mulheres em lados distintos na península coreana. Muitos deles jamais voltaram a se ver.
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