Princesa Mako visita região amazônica do Brasil.
A princesa Mako do Japão visitou uma cidade na região amazônica do Brasil para prestar homenagem aos japoneses pioneiros que imigraram para lá.
A filha mais velha do príncipe e princesa Akishino chegou na cidade de Tomé-Açu, interior do Estado do Pará, nesta sexta-feira (27), em sua turnê oficial pelo Brasil. Ela é o primeiro membro da família imperial japonesa a visitar Tomé-Açu.
No ano de 1926, um grupo de cientistas japoneses foi ao Pará e tinham como missão localizar áreas nas quais pudessem ser instaladas colônias agrícolas e, a partir delas, dinamizar a economia através do desenvolvimento de culturas, assim como de práticas modernas de cultivo.
O resultado do trabalho levou à identificação de áreas no Estado do Amazonas (em Manacapuru) e no Estado do Pará (Baixo Amazonas, Santarém, Monte Alegre e Tomé-Açu).
Com a implantação da Companhia Nipônica de Plantação do Brasil em 1929, a Fazenda Bela Vista foi vendida à Companhia Nipônica, que instalou na mesma a Administração Central da Companhia, quando chegaram os primeiros colonos japoneses (42 famílias,[6] num total de 189 pessoas) as mesmas que, amparadas por certo volume de capital, assim como por uma tradição milenar na agricultura, ficaram instaladas no lugar.
No início as famílias plantavam arroz e hortaliças, onde, devido ao isolamento do lugar, encontraram um imenso desafio para escoar a produção.
No ano de 1933 um navio com imigrantes japoneses, a caminho do Brasil, aportou em Singapura devido a morte de uma imigrante. Esse fato doloroso teve reflexos positivo na comunidade japonesa estabelecida em Tomé-Açu, posto que, o chefe da embarcação adquiriu 20 mudas de uma planta daquela região, que tem por fruto a pimenta-do-reino, apelidado de “ouro negro” da Amazônia. Através dos imigrantes japoneses Tomé-Açu tornou-se, então, o maior produtor mundial de pimenta-do-reino, onde cinco mil toneladas eram colhidas por ano, após a Segunda Guerra Mundial. Mesmo após a decadência da pimenta-do-reino, ainda hoje, Tomé-Açu continua sendo a maior produtora brasileira da especiaria.
Mesmo suas plantações sendo atacadas pela fusariose, os japoneses não desistiram da pimenta-do-reino, combateram a doença, mas isso abriu oportunidades para os imigrantes japoneses começarem o cultivo de outras culturas tropicais, como a açaí, também chamado de “ouro negro”, onde o Pará se destaca como principal produtor da fruta. O crescimento das exportações do açaí foi de tal forma que chegou a despertar atenção de grandes jornais como o francês “Le Monde” e o norte-americano “The New York Times”.
Através dos japoneses a região também se transformou na maior produtora brasileira de acerola. Sendo na região do Nordeste Paraense a principal referência.
Também pela decadência da pimenta-do-reino por causa da fusariose na década de 1970 os imigrantes japoneses começaram a plantar cacau, que ganhou destaque e fez de Tomé-Açu o 6º maior produtor do estado. Sendo que quase 100% de todo o cacau produzido em Tomé-Açu segue o Sistema Agroflorestal, o SAF, tornando Tomé-Açu referência internacional em agricultura sustentável.
Desde 2008 os agricultores nikkeis de Tomé-Açu produzem o cacau fino, de qualidade tão alta quanto o produzido na Venezuela.
Muitos imigrantes japoneses e seus descendentes sofreram de doenças tropicais na cidade, devido ao severo ambiente natural.
A princesa Mako visitou um cemitério de cerca de 900 pessoas, incluindo imigrantes japoneses. Ela disse a um guia que há muitas sepulturas japonesas e ofereceu flores em um memorial fúnebre.
A princesa também visitou uma fazenda administrada por descendentes de japoneses. Ela recebeu informações sobre uma variedade de frutas cultivadas na região, bem como sobre o cacau, que é exportado para o Japão.
Em uma cerimônia de boas-vindas oferecida por imigrantes japoneses, a princesa Mako disse que pensava nos pioneiros quando ofereceu flores no memorial.
Ela expressou seu sincero respeito por aqueles que serviram como ponte entre o Japão e o Brasil.
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