Sunrunner prepara novo álbum e turnê européia com vocalista brasileiro.

Alguns países como Austrália, Alemanha e Canadá sempre tiveram grande importância no cenário mundial do rock e heavy metal. Revelaram alguns dos maiores nomes de todos os tempos como AC/DC, Scorpions, Rush e assim o fazem até os dias de hoje. Mas, convenhamos, nada se compara quando Inglaterra e Estados Unidos entram na jogada! Se o Tio Sam tinha Elvis, a Rainha respondia com Beatles. Durante décadas a “briga” foi acirrada. Para cada Boby Dylan ou Jimi Hendrix, nascia um Syd Barrett ou David Bowie. Se dizem que no Brasil já se nasce sabendo jogar futebol, cidadãos ingleses e norte americanos nascem com uma guitarra nas mãos. Fato!

Este é o caso dos três integrantes da banda norte-americana Sunrunner. Descendendo diretamente da melhor tradição do rock pesado americano, David Joy (vocal/baixo), Joe Martignetti (guitarra) e Ted MacInnes (bateria) também são grandes apreciadores da nobre linhagem britânica de bandas de rock. Essa soma de sotaques e referencias musicais faz diferença quando esse power trio começa a tocar! É como se Yes, Sabbath e Maiden se unissem para se  apresentar no Big Easy Festival em Nova Orleans. Rock progressivo clássico e heavy metal tradicional com referências de jazz e world music: esse é o universo musical multifacetado do Sunrunner que está em processo de  gravação do novo álbum “Ancient Arts Of Survival” pela Minotauro Records . A novidade é que a banda ganhou um novo integrante, o vocalista brasileiro Bruno Neves que participa do novo álbum do Sunrunner.

De acordo com Joe Martignetti, o título “Artes antigas da sobrevivência” traduzido em português, reflete uma época em que a humanidade tinha as habilidades de controlar seu próprio destino” sem ter que confiar na tecnologia e na sociedade, nós somos capazes de prosperar e aventurar nas condições mais duras de qualquer terreno. Com nada além do conhecimento e sabedoria das paisagens naturais que nos rodeiam. Nos tornamos complacentes de uma maneira. Não para minar as coisas maravilhosas que temos. Para mim, acho que seria bom ainda ter o conhecimento do passado misturado com as coisas que temos hoje.”

A capa é assinada pelo artista Jan Michael Barlow e reflete perfeitamente o título e seu conceito.

Formado em 2008 na cidade de Portland, estado do Meine, o Sunrunner estreou com “Eyes Of The Master” em 2011, um trabalho de rock progressivo com inclinação metaleira. Mas desde o segundo disco, “Time In Stone” (2013) que o grupo vem solidificando-se como uma banda de metal com influências de rock progressivo.

De acordo com o guitarrista e membro fundador Joe Martignetti, classificar a música do Sunrunner como prog metal seria um erro, já que eles não têm qualquer semelhança com as principais referencias do gênero como Dream Theater, Symphony X ou Fates Warning.

“A maioria das bandas de prog metal são baseadas em técnica e algumas não soam exatamente progressivas”, declara o guitarrista. “São bandas de metal técnicas e bem polidas. O que é ótimo, não me entenda mal. Mas o rock progressivo não se resume a técnica e matemática rítmica. Veja o Pink Floyd! Eles são progressivos porque fazem um som extremamente diversificado e difícil de rotular. É disso que gosto no progressivo: a habilidade de explorar diferentes gêneros e texturas. Alguns nos chamam de Heavy Prog e acho que esse rótulo está OK, uma vez que nos diferencia das bandas prog metal. Não é
que não gostemos de tocar de forma técnica, muitas de nossas músicas são 5/8 ou 11/8, muitas 3’s e 6’s, gostamos da precisão, mas preferimos soar soltos”.

O terceiro e mais novo álbum, “Heliodromus” é o deferimento do termo Heavy Prog ao Sunrunner. Lançado originalmente na Europa pela Minotauro Records da Itália, o disco foi gravado no Acadia Recording em Portland com Todd Hutchisen como engenheiro de som. De acordo com Joe, a produção de “Heliodromus” promoveu um verdadeiro casamento entre o analógico com o digital e o ao vivo com a captação em sala de gravação.

“Gravamos bateria, guitarra e baixo ao vivo em fita de rolo. Depois transferimos o material analógico para o digital e então gravamos os vocais, solos,  instrumentos extras, overdubs e mixamos. Feito isso nós voltamos tudo para o analógico e a masterização foi feita em fita”.

Além da produção singular, outra particularidade de “Heliodromus” são os arranjos de flautas, violino, guitarra braguesa e percussão que, no caso do Sunrunner, não soam pomposos ou pretensiosos e acrescentam um charme todo especial ao trabalho.

“Acredito que o resultado equilibrado nos arranjos se dá pelo fato de gostarmos muito do rock e metal mais cruzão”, revela Joe. “Muitos instrumentos extras fazem você perder essa crueza e o resultado fica pomposo demais. Eu gosto da pompa, daquela coisa bem artística, mas só um pouco. Como então você faz um álbum que é cru, mas não muito cru; pomposo, mas não muito pomposo? A resposta é… Eu não sei! Nós provavelmente estaremos sempre experimentando entre o que é demais e o que não é suficiente”.

Em termos de letras, “Heliodromus” explora os mistérios do mitraísmo, religião pagã nascida na época helenística, no Mediterrâneo Oriental, e que tornou-se grande concorrente do cristianismo. Mote perfeito para o Sunrunner realizar uma viagem sonora ao redor do cosmo.

“Durante a composição do álbum acabamos nos envolvendo com manuscritos de antigas religiões pagãs e encontramos a palavra “Heliodromus” que significava justamente “corredor do sol” (‘sun runner’ em inglês) ou “aquele que te leva para uma jornada pelo universo”.

Quando tivemos a ideia do nome Sunrunner em 2008 não sabíamos que era algo que já existia, ainda mais conectado com uma religião pré-romana. De forma subconsciente o mitraísmo chegou até nós e nos pareceu razoável aprender mais e escrever sobre isso”.

O Sunrunner vem se apresentando por toda costa leste norte-americana para promover “Heliodromus” evadindo as fronteiras até chegar na Europa e América do Sul. Famoso pela calorosa recepção, o Brasil foi o primeiro na lista do trio. O Sunrunner desembarcou no país em Agosto para realizar quatro shows.

“Sabemos que as pessoas no Brasil são fanáticas por música”, disse o guitarrista Joe na época, eufórico pela passagem da banda pelo Brasil. “Eu coleciono uma grande quantidade de registros de minhas bandas favoritas e quando qualquer material é registrado ai no Brasil, você pode ver o amor e a paixão verdadeira nos olhos dos fãs.

Estamos tão gratos por poder fazer essa turnê e esperamos poder voltar a cada novo álbum! Eu mal posso esperar para conversar com as pessoas ai no Brasil.

Estamos muito animados! A Europa será o próximo da lista. Embora nós estejamos planejando gravar um novo disco antes de cruzar o oceano. Então acredito que o Brasil será a última etapa de shows para ‘Heliodromus’. Em seguida, estaremos de volta ao estúdio pois já temos uma tonelada de material escrito. E então iremos pra Europa e depois voltaremos ao Brasil!”, relatou Joe durante sua passagem pelo Brasil em 2016. Foram 3 shows em São Paulo e 1 em Minas Gerais. Finalizando o próximo álbum, a banda se prepara para uma grande turnê com o novo vocalista brasileiro Bruno Neves que estará se mudando para os EUA. Natural de Frutal – Minas Gerais, Bruno é ex-integrante das bandas Noerya e Kromun, e já teve experiência internacional quando passou pelo grupo Desant da Romênia.

Será a primeira turnê europeia da Sunrunner, com início em Outubro e seguindo em Novembro de 2018 onde estarão se apresentando em vários países como: Romênia, Hungria, Eslováquia, República Checa, Polônia, Alemanha, países baixos, Suíça e Itália!

Website: http://www.sunrunnermusic.com/
Facebook: https://www.facebook.com/sunrunnermusic
Youtube: https://www.youtube.com/user/sunrunnermusic

Da Redação by Cleo Oshiro

Cleo Oshiro
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