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Brasil: Joesley diz à PF que pagou mesada de R$ 50 mil a Aécio Neves

O empresário Joesley Batista, da JBS, afirmou na quinta-feira (19), em depoimento à Polícia Federal, em Brasília, que pagou uma mesada de R$ 50 mil ao senador tucano Aécio Neves entre julho de 2015 e junho de 2017, a pedido do próprio. 

Brasil: Joesley diz à PF que pagou mesada de R$ 50 mil a Aécio Neves.

O empresário Joesley Batista, da JBS, afirmou na quinta-feira (19), em depoimento à Polícia Federal, em Brasília, que pagou uma mesada de R$ 50 mil ao senador tucano Aécio Neves entre julho de 2015 e junho de 2017, a pedido do próprio.

De acordo com relato de Joesley, em 2015, Aécio o chamou em seu apartamento no Rio de Janeiro e pediu o pagamento de R$ 50 mil por mês. O pagamento deveria ser feito à Rádio Arco-Íris Ltda., de Minas Gerais, que emitiria as notas fiscais. Joesley ainda acrescentou que, mesmo durante o período em que ocorreram os repasses, Aécio entrou em contato para cobrar. O empresário não soube afirmar se serviços foram prestados pela rádio, mas disse que o objetivo do pagamento era manter um bom relacionamento com o senador, que tinha grandes pretensões políticas neste ano.

Serraglio relata pressão de Aécio

O deputado Osmar Serraglio (PP-PR) diz ter sofrido pressão de Aécio Neves e do senador Renan Calheiros (MDB-AL), quando ocupou o Ministério da Justiça do governo Temer, ano passado. Aécio teria tentado interferir nas investigações na Operação Lava Jato, e Renan teria feito pressão contra ele, o que acabou resultando na sua demissão.

Em nota, Aécio Neves afirmou que jamais tentou interferir na nomeação de delegados para a condução de qualquer inquérito e que essa questão é afeita exclusivamente à Polícia Federal. Já Renan Calheiros afirmou quer não se prestaria a falar com Osmar Serraglio e que virou oposição ao governo Temer justamente quando ele assumiu o ministério.

A defesa de Aécio divulgou a seguinte nota sobre as revelações de Joesley:

A Defesa do senador Aécio Neves considera que se trata de mais uma demonstração da má-fé e do desespero do delator Joesley Batista na tentativa de manutenção do seu extraordinário acordo de delação, atualmente sob risco de ser anulado.

O senador jamais fez qualquer pedido nesse sentido ao delator, da mesma forma que, em toda a sua vida pública não consta nenhum ato em favor do grupo empresarial.

O sr. Joesley Batista se utiliza de uma relação comercial lícita mantida entre empresas de seu grupo e um veículo de forte inserção no mercado mineiro para forjar mais uma falsa acusação.

Ao dar início à negociação de acordo de delação, delatores se comprometem a suspender qualquer prática irregular.

Prova de que o contrato com a emissora foi uma relação comercial legal e desprovida de qualquer conotação pessoal é que o contrato foi mantido normalmente, até a data do seu encerramento.

A afirmação do delator de que não sabia se os serviços teriam sido prestados, demonstra o alcance da sua má-fé, já que bastaria uma consulta ao setor de comunicação das suas empresas para constatar que os serviços foram correta e efetivamente prestados.

A falta de credibilidade e as sucessivas mentiras e omissões praticadas pelo delator levaram a PGR a pedir a rescisão dos benefícios de sua delação e contribuem para desqualificar mais uma mentira desse cidadão, réu confesso de mais de duas centenas de crimes e pelos quais o Brasil espera que ele venha a responder.

Alberto Zacharias Toron

Advogado

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