Angola, um país petroleiro mergulhado numa crise econômica profunda.
Angola é um país com imensas reservas de petróleo, mas não consegue beneficiar sua população, que continua entre as mais pobres do mundo.
A nação passou quase três décadas em uma guerra civil, entre 1975 e 2002, que deixou 500 mil mortos. Desde 1975, é governada por José Eduardo dos Santos, que deve passar o bastão após as eleições de 23 de agosto, em que não será candidato.
Boom petroleiro e crise
Ao lado da Nigéria, Angola é um dos principais produtores de petróleo da África Subsaariana, e a maioria de seus recursos vem da exploração de hidrocarbonetos. Graças à commodity, o país conseguiu fazer uma ampla reconstrução de sua infraestrutura.
O boom petroleiro transformou Luanda em uma das capitais mais caras do planeta, mas seu crescimento não beneficiou a população.
A queda dos preços da commodity desde 2014 levou o país a uma profunda crise econômica.
Segundo o Banco Mundial, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita era de 3.440 dólares em 2016.
Angola está no 164º lugar – de 176 países – no mais recente ranking sobre corrupção mundial da ONG Transparência Internacional.
Três décadas de guerra
Ex-colônia portuguesa, Angola se tornou independente em 1975, depois de uma guerra pela libertação do país iniciada em 1961.
As guerrilhas envolvidas na independência entraram em uma guerra civil. Participaram desse longo confronto o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), do presidente Agostinho Neto, a União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita) e a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA).
O conflito foi interrompido em duas ocasiões, com os Acordos de Bicesse (Portugal), de 1991, e o Protocolo de Lusaka (Zâmbia), de 1994. Nos dois casos, a guerra acabou sendo retomada.
Somente em 2002 as Forças Armadas e a Unita chegaram a um acordo de cessar-fogo.
Um reinado de 38 anos
José Eduardo dos Santos chegou ao poder após a morte do presidente Neto, em 1979. Desde então, dirige Angola e controla todas as instituições do país.
Seu partido, o MPLA, conta com maioria absoluta do Parlamento. As manifestações da população são recorrentemente reprimidas, quase sempre com violência, pela polícia.
Herança
Santos é criticado por ter dominado e explorado o Estado e a economia, sobretudo, entregando à sua família a direção de diversas empresas.
O fundo soberano do país é dirigido por seu filho, José Filomeno, desde 2013. A petroleira estatal Sonangol e o principal banco do país, o BFA, estão nas mãos de sua filha, Isabel, considerada pela revista Forbes a mulher mais rica da África.
Cabinda
Na costa atlântica da África, esse país de 25 milhões de habitantes, faz fronteira com o Congo, a República Democrática do Congo (RDC), a Zâmbia e a Namíbia.
A província de Cabinda, entre o Congo e a RDC, produz 60% do petróleo nacional e tem manifestado reivindicações separatistas desde sua integração a Angola, no momento da independência do país.
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