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Brasil: Pressão e gafes, o tour internacional de Michel Temer

Em busca de agenda positiva, Michel Temer (PMDB) visitou Rússia e Noruega nesta semana. Entretanto, o presidente não conseguiu deixar para trás a crise política e acumulou gafes e constrangimentos durante seu tour internacional.

Brasil: Pressão e gafes, o tour internacional de Michel Temer.

Em busca de agenda positiva, Michel Temer (PMDB) visitou Rússia e Noruega nesta semana. Entretanto, o presidente não conseguiu deixar para trás a crise política e acumulou gafes e constrangimentos durante seu tour internacional.

A primeira gafe foi cometida antes mesmo de Temer chegar em solo russo. A agenda oficial do presidente divulgou uma visita à “República Socialista Federativa Soviética da Rússia”, enquanto o nome correto do país é Federação da Rússia.

Já com Temer em Moscou, a embaixada brasileira local resolveu fazer um coquetel para recepcionar o peemedebista. Outro fracasso. Segundo a Veja, apenas metade dos convidados compareceu e o presidente ficou deslocado em sua própria recepção “como um aluno recém chegado a um colégio novo”, procurando com quem conversar.

O cenário piorou ainda mais na Noruega.

O Governo do país europeu não enviou nenhum diplomata para recepcionar Temer no aeroporto. Quem fez as honras foi o chefe interino do cerimonial da Noruega. Além disso, um grupo de manifestantes protestou contra Temer na entrada do encontro com a primeira-ministra Erna Solberg.

A primeira-ministra norueguesa também fez um incomum comentário sobre a situação política brasileira: “Estamos preocupados com o processo da Lava Jato, esperamos uma limpeza e que sejam encontradas boas soluções”.

Pedro Costa Júnior, professor de Relações Internacionais da Faculdade Rio Branco, afirma que a atitude de Solberg é incomum no meio diplomático e demonstra o “desprestígio” do Governo Federal.

“Não tenho nenhuma recordação [de episódio similar] na história da política externa brasileira”, diz Júnior.

A colocação da primeira-ministra aconteceu em coletiva de imprensa com Temer e o presidente cometeu duas gafes seguidas na sequência ao dizer que iria se encontrar com o “Parlamento brasileiro”, enquanto na verdade sua agenda era com o parlamento norueguês, e depois afirmou que iria ter um encontro com “sua majestade, o Rei da Suécia”.

O especialista em relações internacionais Pedro Costa Júnior considera que o tour de Temer foi de um “saldo bastante negativo” e que “o Governo parece não ser visto de maneira muito legítima fora [do país], na comunidade internacional, há um constrangimento em receber o presidente Temer”.

“O Brasil ganhou muita projeção nos últimos anos e é impressionante como perdemos isso em pouco tempo, estamos perdendo espaço”, analisa Júnior.

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