Banco asiático de infraestrutura pode investir em projetos em outros continentes.
Sediado em Pequim, o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (Asian Infrastructure Investment Bank – AIIB, na sigla em inglês) já emprestou US$ 2,5 bilhões para 16 projetos de infraestrutura desde que entrou em operação, há 18 meses.
Apesar do foco da instituição multilateral ser a região asiática, o AIIB pode apoiar no futuro projetos em outros países se houver conexão com a Ásia, informou o vice-presidente de Políticas e Estratégias do banco, Joachim von Amsberg.
“Nossa missão é fazer investimentos para o desenvolvimento da Ásia, mas [isso] nos permite investir fora da região para promover o crescimento econômico asiático. Podemos investir em projetos em países não regionais se ele se conectarem à Ásia”, disse Amsberg, em entrevista a jornalistas latino-americanos e asiáticos, na sede do banco.
O executivo citou como exemplo possíveis investimentos em portos e ferrovias na África e na América Latina para melhorar a infraestrutura relacionada ao seu comércio com a Ásia.
A coordenadora de Comunicação do AIIB, Laurel Ostfield, acrescentou que membros não regionais aderiram ao banco não só pelo interesse de obter empréstimos para projetos de infraestrutura, mas também devido à importância das economias asiáticas atualmente. “Eles [países não asiáticos] querem fazer parte do processo de tomada de decisão e de governança do AIIB e ter uma voz na mesa”, disse ela.
Participação global
O AIIB foi proposto em 2013 pela China, que é o maior acionista, com uma participação de cerca de 30% do capital. Outras nações asiáticas detêm aproximadamente 75% das ações do banco, que foi fundado com 57 países, entre eles o Brasil, que ainda não ratificou contudo o instrumento de adesão. Com capital de US$ 100 bilhões, a instituição multilateral conta atualmente com 80 países, entre eles europeus, africanos e latino-americanos.
Segundo o vice-presidente de Políticas e Estratégias do AIIB, o banco foi criado para ajudar a suprir a enorme demanda de recursos para investimento em infraestrutura no continente asiático, que já não podia ser contemplada pelas instituições existentes, como o Banco Mundial e o Banco Asiático de Desenvolvimento (criado pelo Japão). “São necessários US$ 1,7 trilhão em investimentos na infraestrutura por ano na Ásia e o que tem sido investido talvez seja metade desse valor”, disse.
O executivo destacou que as prioridades do AIIB são projetos voltados para o desenvolvimento sustentável e que ajudem a combater o aquecimento climático por meio de energias renováveis; a conectividade entre os países através de rodovias, ferrovias e portos para integrar as economias e o comércio, além da atração de capital privado para a infraestrutura por meio da redução de riscos dos empreendimentos.
Amsberg ressaltou que os projetos governamentais ou do setor privado apoiados pelo banco precisam seguir alguns critérios, como não prejudicar o meio ambiente nem as comunidades e tampouco criar oportunidades para a corrupção. “Os projetos aprovados têm que ter alta qualidade e atender a requisitos de proteção ambiental e social e prevenção de corrupção”.
Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil *
*A repórter está em Pequim a convite do Centro de Imprensa China-América Latina e Caribe
Edição: Augusto Queiroz
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