Coréia do Norte promete responder ação “imprudente” dos EUA.

‘A Coreia do Norte está pronta para reagir a qualquer ato de guerra’ após EUA enviarem um grupo de ataque da Marinha à Península Coreana, em resposta aos recentes testes de mísseis.

A Coréia do Norte criticou duramente os EUA depois que o Comando do Pacífico enviou um grupo de navios de guerra para a Península Coreana no fim de semana.

O Ministério das Relações Exteriores do país, em comunicado divulgado na terça-feira (11) pela agência de notícias KCNA, disse que a operação do grupo de ataque da Marinha dos Estados Unidos mostrou que os “movimentos irresponsáveis da invasão atingiram uma fase séria”.

“Nós nunca imploramos por paz, mas vamos tomar as mais duras ações contra os provocadores, a fim de nos defendermos pelas armas, e manter a estrada escolhida por nós mesmos”, disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do país.

“A A Coreia do Norte está pronta para reagir a qualquer ato de guerra desejado pelos EUA”, disse o porta-voz na segunda-feira.

No sábado, navios de guerra norte-americanos – incluindo o porta-aviões Carl Vinson, dois destróieres de mísseis guiados e um cruzador de mísseis guiados – cancelaram uma viagem à Austrália e partiram de Cingapura para as águas da Península Coreana, como parte da resposta dos EUA à Coreia do Norte pelo recentes lançamentos de mísseis.

Na quarta-feira (5), a Coréia do Norte lançou um míssil no Mar do Japão, perto de Sinpo, na província de Hamgyong, de acordo com os chefes do Estado-Maior da Coréia do Sul.

Tensões aumentando

Falando à Al Jazeera de Seul, BJ Kim, professor adjunto da Universidade de Estudos Estrangeiros de Hankuk, disse que o nível de tensão tem preocupado muitos sul-coreanos.

“A situação geral aqui, a maneira como os sul-coreanos percebem, é muito incomum. Eles não viam esse nível de tensões há cerca de um quarto de século”, disse Kim.

“Em 1994, nós tínhamos uma situação semelhante, na qual os Estados Unidos, possivelmente, queriam atacar, mas desde então este foi o ponto mais alto de tensões por aqui, então as pessoas se sentem bastante desconfortáveis sobre isso”.

A Coreia do Norte renovou seu programa nuclear, sob o seu novo líder Kim Jong-un, realizando dois testes nucleares e lançando cerca de 20 mísseis balísticos apenas no ano passado.

A comunidade internacional também está preocupada com o fato de que a Coréia do Norte poderia estar trabalhando em um míssil balístico intercontinental, que poderia chegar ao oeste dos EUA.

Especialistas norte-americanos dizem que a Coréia do Norte está planejando um novo teste nuclear.

Hwang Kyo-ahn, presidente em exercício da Coréia do Sul, ordenou aos militares que intensificassem o monitoramento das atividades do Norte e assegurassem uma estreita comunicação com o aliado, os EUA.

“É possível que o Norte faça maiores provocações, como um teste nuclear com vários aniversários, incluindo a Assembléia Popular Suprema”, disse Hwang, líder interino desde que Park Geun-hye foi destituída como presidente, por causa de um escândalo de corrupção.

Data importante

O Norte convocou uma sessão da Assembléia Popular Suprema, na terça-feira, uma de suas sessões semestrais, em que as principais nomeações são anunciadas e os objetivos da política nacional são formalmente aprovados.

Sábado será o 105º aniversário do nascimento de Kim Il-sung, o pai fundador do país e avô do atual governante, Kim Jong-un.

Um desfile militar é esperado na capital do Norte, Pyongyang, para marcar o dia.

A Coréia do Norte, muitas vezes, também marca aniversários importantes com testes de suas capacidades nucleares ou de mísseis.

Kim da Universidade de Hankuk, disse que a Coreia do Sul sente que cabe à Coréia do Norte abrir a possibilidade de diálogo.

“A Coréia do Norte vem aumentando as tensões e os EUA têm respondido a ele”, disse.

“Seul está à espera de palavras de reconciliação ou, pelo menos, expressões de interesse no diálogo por parte de Pyongyang.

“Do ponto de vista chinês, eles sempre enfatizaram a necessidade de diálogo, mas não vimos nenhum progresso desde há anos, portanto, a China também é responsável para criar novas idéias para diminuir as tensões”.