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Primeiro samba faz hoje 100 anos e ganha exposição na Biblioteca Nacional

Primeiro samba faz hoje 100 anos e ganha exposição na Biblioteca Nacional.

A canção “Pelo Telefone”, de Donga, considerado o primeiro samba a ser registrado e gravado, completa hoje (27) 100 anos. Em 27 de novembro de 1916, a partitura da música foi registrada no Departamento de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, em nome de Ernesto Joaquim Maria dos Santos, o Donga, na época um compositor de apenas 26 anos.

O samba havia sido concebido naquele ano, durante uma roda na casa de Tia Ciata. De acordo com o Dicionário da Música Popular Brasileira, do historiador Ricardo Cravo Albin, desde o lançamento da música, várias pessoas reivindicaram a autoria, já que era comum que os participantes de rodas de samba fizessem improvisações.

O doutor em musicologia Carlos Sandroni diz que houve outros sambas gravados antes de “Pelo Telefone”, mas acabaram não sendo reconhecidos como “primeiro samba” porque não tiveram um apelo popular tão grande quanto a canção de Donga, que foi sucesso no carnaval de 1917.

“Foi o primeiro samba gravado e registrado que fez muito sucesso. Foi um grande sucesso popular. Outros sambas não foram registrados, é verdade, mas foram gravados antes de ‘Pelo Telefone’ e não fizeram sucesso. Então ninguém se lembra”, explicou.

De acordo com a Biblioteca Nacional, Donga entregou a petição de registro para o samba em 6 de novembro de 1916. Anexada ao processo estava uma partitura manuscrita para piano assinada por Pixinguinha. Dez dias depois, Donga anexou um atestado que afirmava que o samba havia sido executado pela primeira vez em 25 de outubro de 1916, no Cine-Theatro Velho.

A Biblioteca Nacional só concluiria o registro no dia 27 de novembro, com o número 3.295. Para celebrar o centenário do registro, a instituição lançou hoje uma exposição virtual com a partitura original da canção, músicas e fotos da época, chamada “Ai, ai, ai… Cem Anos o Samba Faz”.

A exposição também está disponível de forma virtual.

Vitor Abdala* – Repórter da Agência Brasil
*Colaborou Nanna Pôssa, repórter do Radiojornalismo
Edição: Lílian Beraldo
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