Alice Caymmi: Cantora faz desabafo nas redes sociais. Alice Caymmi (26), é cantora, compositora, filha de Simone e Danilo Caymmi, sobrinha de Nana e Dori Caymmi, neta de Dorival Caymmi, portanto da para se ter uma ideia da herança hereditária que a cantora carioca carrega no sangue.
Alice poderia ter se aproveitado pegando carona no sucesso da família famosa, mas optou por lutar sozinha e conquistar o seu espaço e eles não deram palpites ou dicas, afirma a cantora. “Eu não posso fazer isso, eles têm a vida deles, e ninguém quer uma menininha mimada sendo arrastada pelo papai, você não acha?”.
A cantora acabou de publicar nas suas redes sociais, um desabafo em relação ao momento atual político que o Brasil esta vivendo. Confira abaixo:
“Eu nasci em 1990, no dia 17 de Março, efetivamente o dia em que Collor de Melo retirou o dinheiro dos bancos. Minha mãe não tinha dinheiro para pagar a maternidade, meu pai nem pra comer na lanchonete (white people problems).
Minha madrinha trouxe uns sanduíches e meu avô materno comunista convicto (figura inacreditável) tinha dólares embaixo do colchão e pagou a maternidade com eles.
Eu nasci no meio da maior burrada presidencial e assisti, ainda engatinhando, a um processo de impeachment mais do que justo.
Acordei pra vida no Governo Dilma, acredito eu que o primeiro governo em que eu pude votar. Aí comecei a pensar e acreditei nela como presidente.
A seguir me decepcionei muito com uma série de questões envolvendo minorias e jamais votaria nela de novo, a não ser que o outro candidato fosse mais um anticristo desses.
E agora assisto e sinto na pele a revolução evangélica, que mais parece a busca por um aiatolá. Obrigada, Brasil, por fazer da minha vida uma novela, por me deixar com medo de: ser presa, respirar gás, ser reprimida, ter que sair do país, não poder mais exercer meu trabalho, empobrecer, morrer.
Nada mais inspirador…
…para desistir de tudo. ”(By Alice Caymmi).
Para Dorival Caymmi, o termo aristocracia se fundia na mais perfeita convergência genética que sua música poderia fazer: uma revolução chamada Alice Caymmi.
Rainha dos raios. Não poderia ser outro o título desta obra-prima contemporânea que confirma Alice Caymmi como grande nome da moderna música brasileira.
Primeiro, porque Rainha dos raios é descarga eletrizante de criatividade no universo pop. Segundo, porque a gênese deste segundo álbum de Alice – expoente da terceira geração da emblemática família Caymmi – começa no encontro da artista com Strausz, músico carioca ligado ao universo dos beats eletrônicos. Com Strausz, Alice apresentou em junho de 2013 uma demolidora releitura de Iansã, repaginando a parceria de Caetano Veloso e Gilberto Gil lançada em 1972 na voz de Maria Bethânia. Foi o ponto de partida para este disco que diz a que veio Alice Caymmi.
É por isso que Rainha dos raios – disco feito por Alice Caymmi com Strausz no Brasil e masterizado na Alemanha – abre caminhos no mercado com o selo da antenada Joia Moderna.
Desde que surgiu em 2012, primeiro como participação especial de show da tia Nana e posteriormente como cantora e compositora de um disco autoral (Alice Caymmi, editado através de parceria da Kuarup com a Sony Music), Alice Caymmi vem se movimentado com segurança em cena. E não parou mais.
Com o mago Strausz, músico de mil e um sons e instrumentos, Alice Caymmi apresenta em Rainha dos raios nove gravações de arranjos inventivos que não deixam nada no lugar convencional. Sempre pegando a onda certa, Alice sabe que ‘nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia’.
E mergulha fundo na recriação da criação alheia. Além dos arranjos, a voz grave, quente, joga no caldeirão uma intérprete em ponto de fervura.
É preciso ter muito peito para regravar Homem, a música mais masculina de Cê, o álbum cheio de testosterona lançado em 2006 por Caetano Veloso. Alice Caymmi tem esse peito, do qual tira o leite bom que ora arremessa na cara dos caretas.
Homem ganha voz de mulher entre sons de êxtases, risos sarcásticos, gemidos femininos e orgasmos múltiplos. Faixa sob medida para quem gosta de releituras ousadas que reconstroem uma canção.
Tropicalista com livre trânsito na dorivália brasileira, Caetano Veloso é sintomaticamente o compositor (pre)dominante no repertório de Rainha dos raios. Além de Iansã e de Homem, a canção Jasper baixa com força e ruídos no terreiro eletrônico de Alice Caymmi.
Parafraseando versos de Jasper, um mundo musical tão vasto gravita em volta da cabeça de Alice Caymmi. Sem jamais errar o alvo, Rainha dos raios dispara petardos dos repertórios de MC Marcinho, Maysa (1936 – 1977), Lilian Knapp (a cantora da dupla jovem-guardista Leno & Lilian), Tono e da própria Alice, autora da boa canção Antes de tudo, de melodia melancólica, e parceira do hitmaker Michael Sullivan em Meu recado.
A heterogeneidade do repertório ratifica a nobreza e a personalidade do canto da princesa da dinastia Caymmi.
O discurso dramático-romântico dos versos de Como vês remete ao folhetim do cancioneiro popular brasileiro, gênero no qual o compositor pernambucano Michael Sullivan é mestre.
E, para quem estranha a presença de Sullivan na ficha técnica do disco, cabe lembrar que Alice Caymmi arrancou elogios rasgados de público, críticos e da intérprete original Fafá de Belém quando releu em 2013 uma das canções mais passionais do repertório de Sullivan, Abandonada (1996), no tributo Mais forte que o tempo. Por circular com desenvoltura entre todas as tribos e turmas, Alice firma parceria com Sullivan em Meu recado, uma daquelas baladas de coração partido vocacionadas para as paradas populares.
Entre cordas sintetizadas, a cantora baila por um salão imaginário dos anos dourados ao dar a voz a Meu mundo caiu, o standard de 1958 que fez o Brasil aceitar o convite para ouvir Maysa Matarazzo.
E tudo aqui vai fazer o maior sentido para quem lembrar que Alice já sublinhou toda a beleza que há em Tarde triste – outra música com a assinatura elegante de Maysa – num registro de ensaio feito com o guitarrista Lucas Vasconcellos que foi parar na web.
Mergulhando ainda mais fundo na memória afetiva, sem amarras e sem rótulos, embaralhando os conceitos de brega e chique, Alice Caymmi ainda tira outra pérola do baú, Sou rebelde, versão de Paulo Coelho para Soy rebelde, pueril balada espanhola composta por Manuel Alejandro com Ana Magdalena e lançada em 1971 na voz da cantora Jeanette e popularizada em solo tupiniquim em 1978 na voz de Lilian Knapp.
Com capa criada por Filipe Catto a partir de foto de Daryan Dornelles, Rainha dos raios entroniza definitivamente Alice Caymmi no castelo habitado por artistas que sabem o que querem. Trata-se de uma cantora que tem aquele indefinível algo mais que a impede de ser mais uma na multidão deste país de cantoras. Alice Caymmi é uma joia moderna! Ponham seus sorrisos no caminho e abram alas que a Rainha dos raios vai passar! (por Mauro Ferreira.)
Fonte: http://www.rainhadosraios.com/
Facebook: https://www.facebook.com/AliceCaymmi/
Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCDUtN0y6TH0pq8VCVDIScdg/feed
Radio Shiga by Cleo Oshiro Oficial Page: http://wp.radioshiga.com/programacao/
- Duda Jardim e Elaine Frere lançam “Vadiar e Amar” - 9 de janeiro de 2024 12:40 pm
- Puritan retorna com nova formação - 7 de janeiro de 2024 1:48 pm
- Jerusalem: lendas do hard rock sueco lançam o álbum “Stygn” - 31 de dezembro de 2023 7:43 am