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Mestiça indiana coroada miss Japão 2016

Mestiça indiana coroada miss Japão 2016. A mestiça indiana, Priyanka Yoshikawa, que possui uma licença de treinadora de elefantes, foi coroada Miss Japão na segunda-feira, um novo golpe para a igualdade racial no Japão.

A vitória de Priyanka Yoshikawa acontece um ano após Ariana Miyamoto enfrentar uma odiosa reação por se tornar a primeira mulher mestiça a representar o Japão.

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Miss Universe Japan 2015, Ariana Miyamoto

As mídias sociais se iluminaram após o triunfo audacioso de Miyamoto, com os críticos se queixando de que a Miss Universo Japão deveria ser uma japonesa “pura” em vez de uma “haafu” – palavra usada para definir os mestiços japoneses.

“Antes de Ariana, as meninas ‘haafu’ não poderiam representar o Japão”, disse Yoshikawa à AFP, em uma entrevista após sua vitória.

“Isso é o que eu pensava também. Ariana me incentivou muito, mostrando, a mim e a todas as outras meninas mestiças, o caminho.”

Yoshikawa, nascida em Tóquio há 22 anos, filha de pai indiano e mãe japonesa, prometeu continuar a luta contra o preconceito racial num Japão homogêneo, onde crianças multirraciais representam apenas dois por cento das que nascem anualmente.

“Nós somos japonesas. Sim, eu sou meio indiana e as pessoas me perguntam sobre a pureza do meu sangue, sim, meu pai é indiano e sou orgulhosa dele, tenho orgulho de ter sangue indiano em mim. Mas isso não significa que eu não sou japonesa.”

Yoshikawa, como Miyamoto, sofreu bullying por causa da cor de sua pele, após retornar ao Japão com idade de 10 anos, depois de passar três anos em Sacramento e mais um ano na Índia.

“Eu conheço várias pessoas que são ‘haafu’ e sofrem”, disse Yoshikawa, cujo bisavô uma vez acolheu o ativista político Mahatma Gandhi para uma estadia de duas semanas, em sua casa em Kolkata.

“Nós temos problemas, temos estado lutando e isso dói. Quando voltei ao Japão, todos achavam que eu era um verme “, acrescentou. “Como se me tocando, estariam tocando em algo ruim. Mas eu sou grata, porque isso me fez realmente forte.”

Yoshikawa, que fala fluentemente japonês e Inglês, e se eleva sobre suas rivais com 1,76 metros, vai disputar a coroa de Miss Mundo em Washington, em dezembro.

“Quando estou no estrangeiro, as pessoas nunca me perguntar se sou mestiça”, disse Yoshikawa, que ganhou sua licença de treinadora de elefantes para adicionar tempero ao seu currículo.

“Como Miss Japão, espero que eu possa ajudar a mudar essa percepção, de modo que possa ser o mesmo aqui também. O número de mestiços só vai aumentar, então as pessoas tem que aceitá-las.”

A vitória de Yoshikawa não desencadeou, inicialmente, qualquer indignação, embora seja previsível o desgosto de alguns.

“Qual é o ponto da realização de um concurso como este agora? Zero características nacionais”, reclamou um usuário do Twitter, enquanto outro se irritou: “É como se nós estivéssemos dizendo que uma face pura japonesa não poderia ser vencedora”.

Como o governo japonês continua a divulgar a sua marca “Cool Japan” no exterior, para atrair turistas estrangeiros para os Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020, Yoshikawa promete conquistar quaisquer céticos.

“Houve um tempo, quando criança, que estava confusa sobre a minha identidade”, ela admitiu. “Mas eu tenho vivido no Japão desde então, agora me sinto japonesa.”

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