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Primeiro Ministro japonês, Shinzo Abe, diz que é seu dever revisar a Constituição, depois da vitória nas eleições

Primeiro Ministro japonês, Shinzo Abe, diz que é seu dever revisar a Constituição, depois da vitória nas eleições. Shinzo Abe conclamou, nesta segunda-feira, o debate sobre a Constituição pacifista do Japão, que disse ser seu “dever” a sua revisão, após a esmagadora vitória nas eleições, no fim de semana.

Eleitores apoiaram o primeiro-ministro belicista, apesar de um desempenho econômico medíocre, entregando a seu Partido Liberal Democrata (PLD) e seus aliados mais da metade da Câmara Alta do Parlamento.

Analistas dizem que, com o apoio de pequenos partidos nacionalistas, Abe pode agora ter os números para fazer uma alteração constitucional sobre as tropas japonesas em guerra.

“Nós sempre estabelecemos como meta a revisão constitucional… que é o meu dever como presidente do partido”, disse Abe.

“Mas o partido não tem, por si só, mais de dois terços dos assentos em ambas as câmaras, então eu não esperava que o projeto fosse passar, como está”, disse ele, referindo-se a câmara baixa do Parlamento, bem como, sugerindo que acordos serão necessários. “Espero que o debate vá, progressivamente, se aprofundar.”

A Constituição do Japão, imposta pelas forças de ocupação dos Estados Unidos, após a Segunda Guerra Mundial, proíbe o uso da agressão para resolver conflitos internacionais.

As cláusulas são bem aceitas pelo público em geral, mas são criticadas por direitistas, como Abe, que as vêem como ultrapassadas e punitivas.

O projeto de alteração do PLD quer manter o espírito de renúncia à guerra, da constituição, mas quer remover algumas palavras e linguagens que consideram dificultar os meios do país se defender.

Resultados não oficiais da votação de domingo, compilados pela mídia, mostram que o PLD e seu aliado, Komeito, agora ocupam mais da metade, pelo menos 147, dos assentos na câmara alta do Parlamento.

Os resultados oficiais completos são esperados para esta terça-feira.

Com o apoio dos partidos pequenos, que também são a favor da mudança na constituição, Abe poderia, agora, ter a maioria de dois terços que ele precisa em ambas as casas, para avançar com a proposta de alteração na lei básica do país.

No entanto, observadores apontam que forçar uma revisão constitucional em seu parceiro de coligação, Komeito, que tradicionalmente tem se esquivado da postura nacionalista, poderia ser difícil.

E a proposta ainda teria de enfrentar um referendo, com pesquisas de opinião apontando que a maioria da população está receosa de qualquer alteração na postura pacifista do país.

O jornal conservador Yomiuri Shimbun, descreveu a expansão do bloco pró-alteração como um “progresso”, mas expressou cautela sobre as perspectivas de mudança.

“É muito cedo para que uma proposta de alteração possa ser realista, quando opiniões e pontos de vista sobre a revisão variam entre as partes”, disse em um editorial, na segunda-feira.

Abe falou pouco sobre suas ambições constitucionais durante a campanha, preferindo enfatizar a sua gestão da economia.

Com 61 anos, chegou ao poder em 2012 com a promessa de alavancar o crescimento econômico, após décadas de mau desempenho.

Mas, apesar do maciço estímulo fiscal, seu programa “Abenomics” não conseguiu cumprir grande parte das expectativas, tendo feito muito pouco para enfraquecer o valor do iene, que agora está de volta, em ascensão.

Os eleitores, por sua vez, parecem ter pouca esperança na oposição, em fazer um trabalho melhor, e Abe pode ter se beneficiado desta situação.

Ele também recebeu o apoio dos jovens, depois que a idade para votação no Japão foi reduzida de 20 para 18 anos, com a pesquisa da Jiji Press apontando que mais da metade dos votos dos 18 aos 19 anos foi para a coalizão governista.

Abe disse que o resultado da eleição mostra o apoio popular para suas políticas econômicas.

“Eu tomo isso como uma forte confiança da população na Abenomics e na sua aceleração.”

A bolsa de valores subiu, em decorrência dos resultados eleitorais, com as expectativas de Abe em alta, isso desencadearia ainda mais estímulo.

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