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Japão será o próximo alvo do Estado Islâmico?

Japão será o próximo alvo do Estado Islâmico? O público japonês ainda está em choque com o assassinato de sete dos seus compatriotas, cinco homens e duas mulheres, nas mãos de jihadistas.

As mortes ocorreram na noite de 01 de julho, em um restaurante, em Dhaka, capital de Bangladesh, que acreditava ser um local seguro.

Também estão incluídos nas 22 vítimas, nove italianos e várias outras nacionalidades, deixando claro que os militantes, jovens do sexo masculino de Bangladesh, tinham deliberadamente escolhido estrangeiros não-muçulmanos.

A palavra chave para descrever este tipo de ataque, que a mídia do Japão, usou repetidamente em suas reportagens da tragédia é: “taagetto sofuto” (alvo fácil).

Será que o Estado islâmico e seus seguidores tem algo semelhante planejado para o Japão, um país com muitos alvos fáceis? Na sua manchete, o Yukan Fuji (7 de Julho) adverte aqueles que podem estar deixando de lado essas preocupações, afirmando que “Taigan no kaji de wa nai” (não é um incêndio na margem oposta, isto é, não um problema de outras pessoas).

Caso os militantes islâmicos tenham sucesso em vir para o Japão (ou, possivelmente, pertencerem a células dormentes, que já tenham sido implantadas aqui), que tipo de alvos eles almejariam?

“Normalmente, os militantes visam alvos fáceis, como a disco que explodiram em Bali, na Indonésia, em 2002”, diz Buntaro Kuroi, autor do livro Kodansha “terroristas islâmicos”. “Mais recentemente, alertas têm sido levantados contra o terrorismo em todo do mundo, e ataques contra alvos fáceis têm aumentado, devido à sua vulnerabilidade”.

Outros exemplos disso, seriam os assassinatos, no mês passado, de 49 pessoas em uma boate gay em Orlando, Flórida, embora esse incidente seja creditado a um “lobo solitário”, ao contrário dos ataques coordenados por jihadistas em um teatro, restaurante e estádio de futebol em novembro passado, em Paris, que resultou em cerca de 130 mortes.

Nenhum lugar, portanto, pode ser completamente descartado como um alvo, o que inclui o Japão.

“Ao contrário dos EUA e Europa, é extremamente difícil obter armas de fogo no Japão”, assinala Mitsuhiro Sera, um escritor especializado em assuntos militares. “Precisamos estar em guarda contra atos de terror que utilizam dispositivos explosivos, que podem ser facilmente sintetizados por uma pessoa com conhecimentos de química.

“Suponho que os militantes escolheriam alvos como salas de concerto, shows de música e fogos de artifício, isto é, eventos com grande número de pessoas, onde a movimentação é dificultada e restrita.”

E nem é preciso dizer que durante os meses de julho e agosto, festivais ao ar livre e outras atividades, em todo o país, vão atrair multidões na casa de dezenas de milhares.

Também haveria a necessidade de reforçar a segurança do Shinkansen (trem bala) e outros. Em Junho de 2015, um aposentado cometeu suicídio, ateando fogo em si mesmo dentro de um vagão do Shinkansen, resultando, também, na morte de uma passageira por inalação de fumaça. Este incidente alertou a operadora de trens para as suas vulnerabilidades. O ideal seria a inspeção de bagagens antes do embarque, mas as propostas de segurança foram rejeitadas como sendo demasiado caras e problemáticas.

Infelizmente, os terroristas estão aprendendo, constantemente, a aperfeiçoar suas táticas para alcançar o maior dano possível.

“Os recentes ataques evidenciam que uma primeira bomba é detonada, fazendo com que as pessoas entrem em pânico, e em seguida, um segundo conjunto de explosivos é programado para detonar na possível rota de fuga”, ressalta Sera. “Como estamos atualmente em um período em que o terrorismo está crescendo, não podemos mais ignorar a possibilidade de que ataques possam acontecer no Japão.

“As pessoas precisam lembrar-se de que potenciais perigos podem estar à espreita em qualquer lugar,” adverte Sera.

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