Filipinas: Presidente eleito insiste com o publico para matar traficantes de drogas

Filipinas: Presidente eleito insiste com o publico para matar traficantes de drogas. O presidente eleito das Filipinas incentivou o público a ajudá-lo em sua guerra contra o crime e pediu aos cidadãos com armas para atirar e matar traficantes de drogas que resistirem a prisão e perseguir os que estão em seus bairros.

Rodrigo Duterte disse a uma multidão, na comemoração de sua vitória presidencial, na noite de sábado, na cidade de Davao, sul das Filipinas, que os filipinos que puderem ajudá-lo na sangrenta guerra contra a criminalidade seriam recompensados.

“Por favor, sinta-se livres para chamar a polícia, ou fazê-lo por conta própria, se você tem uma arma, você tem o meu apoio”, disse Duterte em seu discurso televisionado nacionalmente, onde ele alertou sobre um extenso comércio ilegal de droga no país, que envolve até mesmo a polícia.

Se um traficante de drogas resistir à prisão ou se recusar a ser levado a uma delegacia de polícia e, ao contrário, ameaçar um cidadão com uma arma ou uma faca, “você pode matá-lo”, disse Duterte. “Se você matá-lo, vou te dar uma medalha.”

Duterte também pediu a três generais da polícia, baseados na polícia metropolitana em Manila, que renunciem, por envolvimento em crimes, que ele não especificou. Ameaçando humilhá-los em público se não saírem, disse também que iria pedir revisão dos casos criminais de policiais ativos, para livrar suas fileiras de desajustados.

Prefeito de longa data de Davao, ex-promotor público, disse que crimes foram cometidos por agentes da lei, por causa de “extrema ganância ou extrema necessidade.” Ele disse que iria fornecer um tratamento justo ao oficial que foi tentado porque sua esposa tem câncer ou sua mãe morreu, mas os criminosos motivados pela ganância extrema “também serão tratadas por mim. Eu vou ter que matá-los.”

Duterte, que inicia seu mandato de seis anos em 30 de junho, repetiu o plano de oferecer grandes recompensas para aqueles que puderem trazer os chefões da droga, vivos ou mortos.

Duterte, 71 anos, ganhou a eleição presidencial em 9 de maio, com uma promessa ousada de acabar com o crime e a corrupção no prazo de seis meses a partir da sua posse. Essa promessa ressoou entre os filipinos, cansados de crimes, embora as autoridades policiais considerem a campanha retórica e impossível de realizar.

Organizações de direitos humanos expressaram alarme de que sua unidade anti-crime possa levar a violações dos direitos, de forma generalizada.

Duterte foi suspeito de ser responsável pela morte de suspeitos de crimes, assassinados por um grupo de motociclistas apelidados de “esquadrão de morte de Davao”, mas organizações de direitos humanos dizem que ele não foi indiciado criminalmente porque ninguém se atreveu a testemunhar no tribunal.