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segunda-feira, 23 dezembro, 2024 8:35: am
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Piada da Natureza Sem Graça No 1º de Abril

Meu celular, até então quietinho abastecendo suas cansadas baterias, desperta em um grito de pesadelo.
Vibra, reverbera cortante um som gelador de almas, como se fossem as Trombetas do Apocalipse.

Na tela, em vermelho-sangue, a palavra “terremoto” pisca desvairada.
Meu dedo trêmulo a toca.

Concisamente informa-se que aconteceria um tremor fortíssimo com epicentro em Mie. Ah, e caso eu queira seguir vivo, deveria tomar providências – ir para a rua, pegar meu kit de emergência, documentos.
Só faltou me mandar ajoelhar, rezar e botar uma roupa bonita para sair bonito no velório.

Passa-se um longo minuto, daqueles que dá tempo de rever a vida…
A profecia do celular ganha vida.
Minha casa começa a tremer em um baile sinistro, um mambo compassado.

Tremor mediano, menor que meu susto e apreensão.

A dança tectônica é finita. Sem mortos nem feridos (que bom, graças a Deus).
Um grande susto, que há muito não sentia, que não sentíamos!

1º de Abril, vem a Natureza fazendo piada de humor negro, de um mau gosto extremado.
Mais um trauma para nós, brasileiros eternamente traumatizados – em nossa terra natal, o medo da violência humana desmedida; na terra que nos acolhe, o medo da violência natural.

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