ONU aprova resolução urgente contra atos do Estado Islâmico. Os membros do Conselho de Segurança da ONU votaram uma resolução urgente contra o terrorismo do Estado Islâmico, nesta sexta-feira, 20 de novembro, 2015, na sede das Nações Unidas. O Conselho de Segurança aprovou por unanimidade a resolução, apelando a todas as nações para que redobrem e coordenem as ações para evitar futuros ataques de terroristas do Estado Islâmico e outros grupos extremistas.
A resolução diz que o grupo Estado Islâmico “constitui uma ameaça global, e sem precedentes, à paz e à segurança internacional” e exprime a determinação do Conselho “para combater por todos os meios a esta ameaça sem precedentes.”
A medida é a 14ª resolução relacionada com o terrorismo, adotada pelo órgão mais poderoso da ONU, desde 1999.
Foi adotada uma semana depois que extremistas lançaram um violento ataque coordenado, com armas e bombas, que matou 130 pessoas em Paris, cuja autoria é assumida pelo Estado Islâmico. Ela, vem também, depois de oito dias após o duplo atentado suicida em Beirute, que deixou 43 pessoas mortas, e três semanas depois que um avião russo caiu sobre península do Sinai no Egito, matando todas as 224 pessoas a bordo – ambos os ataques, também reivindicados pelo EI.
A resolução “condena de forma inequívoca e nos mais fortes termos” estes e os anteriores “horríveis ataques terroristas” realizados pelo Estado Islâmico este ano em Sousse, Tunísia e Ancara, Turquia, e exige que os autores sejam levados à justiça.
“Hoje enviamos uma mensagem clara, inequívoca de que não haverá trégua a partir de nossos esforços coletivos para impedir, reprimir e destruir o Estado Islâmico”, disse o Embaixador da Grã-Bretanha nas Nações Unidas Matthew Rycroft, o presidente do atual conselho.
O Embaixador da França na ONU chamou a resolução de “histórica” e disse que o governo Francês vai “intensificar seus esforços de modo a galvanizar a comunidade internacional como um todo, para vencer nosso inimigo comum.”
A resolução apela para que os Estados membros das Nações Unidas “, que têm a capacidade de fazê-lo, a tomar todas as medidas necessárias” contra o grupo Estado Islâmico e todos os outros grupos extremistas violentos “para erradicar a segurança que eles criaram em partes significativas do Iraque e da Síria.”
No entanto, isto não constitui uma autorização para a ação militar, porque a resolução não está redigida sob o Capítulo 7 da Carta da ONU, que é a única maneira de as Nações Unidas poderem aprovar o uso da força.
A resolução apela aos Estados membros da ONU “a intensificarem os seus esforços para conter o fluxo de combatentes terroristas estrangeiros no Iraque e na Síria e para prevenir e reprimir o financiamento ao terrorismo”.
Em setembro de 2014, o presidente dos EUA, Barack Obama, presidiu uma reunião do Conselho de Segurança, onde os membros aprovaram por unanimidade uma resolução exigindo que todos os países prevenissem o recrutamento e o transporte de supostos combatentes estrangeiros que se preparavam para aderir às organizações terroristas como o grupo Estado Islâmico. Em fevereiro, o Conselho adotou uma resolução que visa reforçar a repressão contra o financiamento de grupos terroristas através de vendas ilícitas de petróleo, venda de antiguidades e pagamento de resgate por reféns.
A nova resolução baseia-se na diretriz que as resoluções do Conselho adotaram um dia depois dos piores e mais mortíferos ataques terroristas em solo americano, em 11 setembro de 2001, e que também apelou a todos os países “a redobrar seus esforços para prevenir e reprimir atos terroristas, incluindo uma maior cooperação. ”
A Vice Embaixatriz norte-americana, Michele Sison, disse que a unidade do Conselho, resiliência e determinação das pessoas afetadas pelos ataques do EI “mostram porque o EI falhará em seu objetivo de criar medo e polarizar as comunidades”.
“Através da solidariedade e cooperação global, o EI e sua ideologia serão derrotados”, disse ela.
A resolução expressa a determinação do Conselho para atualizar, rapidamente, a lista de pessoas e organizações objeto de sanções da ONU “para melhor rechaçar a ameaça” representada pelo grupo Estado Islâmico.
O Conselho de Segurança tem, atualmente, sobre a mesa duas outras resoluções relacionadas com o terrorismo, uma da Rússia que circulou ontem à noite e outra do grupo terrorista Boko Haram, patrocinado por três membros africanos do conselho: Chade, Nigéria e Angola.
O projeto russo é uma versão revisada de um texto que semanas atrás foi rejeitado pelos Estados Unidos e outros, porque chamava os Estados membros a cooperar com os países onde as operações de contraterrorismo são realizadas – uma referência clara a Síria, aliada de Moscou, e o presidente Bashar Assad. O novo texto contém uma linguagem similar, e Diplomatas ocidentais disseram que isto continua a ser um problema.
O Embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, disse na sexta-feira que vai avançar com a resolução. Rycroft da Grã-Bretanha disse que para conseguir a aprovação da Rússia terão que se adaptar ao projeito e superar as divisões no Conselho sobre “o papel que Assad está tendo, atualmente, na Síria.”
O Embaixador de Angola na ONU, Ismael Gaspar Martens, disse que a resolução do Boko Haram também é necessária “agora mais do que nunca – vamos tentar.”
By Edith M. Lederer (Associated Press)
Via: Philstar http://www.philstar.com/headlines/2015/11/21/1524391/un-approves-resolution-urging-action-against-islamic-state
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