Ana Bittar fala da sua arte realista. Ana Maria Bittar Romanek, 51 anos, casada e sem filhos, nasceu e mora numa das maiores metrópoles do mundo que é São Paulo, cidade que ela diz adorar. Ana iniciou sua carreira nas artes com o professor Myasaka Takeshi com quem teve aulas, cuja visão do figurativo impressionista imprimiu uma forte tendência inicial e assim aprimorando seu trabalho até atingir sua marca predominante. Ana aprimorou sua técnica, incrementando o seu lado floral, onde teve aulas com Tricia Penna e Victor Paschoalin. Participou de diversas exposições coletivas, onde recebeu o convite para ingressar no catálogo de artes Artistas do Vernissage, promovido pela Editora Domani. Após várias exposições e premiações, ela recebe o reconhecimento profissional mais uma vez, sendo catalogada junto à publicação Julio Louzada e assim, completando mais um ciclo percorrido pela maioria dos artistas brasileiros.
Ana, você é filha de pai libanês e mãe com descendência portuguesa.Sua criação foi dentro dos moldes da cultura árabe?
Sim apesar de mamãe estar o tempo todo ao meu lado fui criada com a cultura árabe, pois era uma exigência de meu pai.
Mas estudou em colégio de freiras?
Meus pai era católico e fazia questão que eu estudasse em um colégio católico. Fiz primário, ginásio e colegial no Colégio Nossa Senhora Aparecida em Moema.
Com que idade descobriu seu dom para as artes?
Desde muito pequena gostava de rabiscar, mas aos seis anos minha paixão pelo desenho começou a se intensificar.
É formada em artes ou é autodidata?
Sou autodidata em figurativo, mas fiz cursos de desenho e especialização da arte realista em pastel seco e óleo sobre tela.
Você se considera uma perfeccionista?
Sim, sou muito exigente com o que faço. Principalmente com as tela e desenhos. Sempre faço cursos e workshops para me aperfeiçoar cada vez mais. E exijo muito dos meus alunos também.
Como define sua arte?
Uma expressão da minha alma.
Nos seus trabalhos, você usa o dedo como pincel?
Somente nos trabalhos que uso pastel seco sobre canson. (lápis ou giz seco).
Quais os materiais usados nos seus trabalhos?
Depende da inspiração, costumo usar tinta a óleo para trabalhos em tela e pastel seco (lápis e giz) para trabalhos em papel canson.
Como foi o início da carreira, até conseguir ter o seu trabalho reconhecido?
Foram muitas exposições e premiações até que um trabalho foi entregue ao cantor Gilbert, e ganhei espaço em programas de TV e rádio.
Foi no terraço Itália em 1997.
Qual a importância para um artista expor sua arte numa galeria?
Em uma galeria ou em espaços culturais o artista tem a chance de mostrar seu trabalho e ter uma boa divulgação com curadoria e assessor de imprensa.
Você recebeu vários prêmios durante sua carreira. Quais foram?
Foram muitos prêmios, mas os mais importantes foram Salões de Artes no Central Plaza Shopping, Salão de Artes em Acerburgo (três anos consecutivos), Salão de Artes em Campinas etc, são muitos para eu descrever, estou citando somente alguns.
É verdade que existem prêmios, onde o artista tem que pagar por eles?
Eu não considero prêmio. O artista tem que ser reconhecido pelo seu talento, comprar um prêmio não é valido.
Como é a sensação de ver seu trabalho sendo reconhecido?
Eu acho que estou começando a engatinhar pois quero mais ainda. Acho muito gratificante, com isso procuro melhorar cada vez mais a qualidade do meu trabalho.
De todas as suas obras, qual você considera a mais importante?
O quadro do cantor Gilbert, pois foi uma homenagem ao meu ídolo.
Teve aulas com o professor Myasaka Takeshi, mas ele não falava bem o português. Como foi essa experiência?
Muito engraçada e ao mesmo tempo um aprendizado excelente. Professor Myasaka Takeshi é um mestre onde me ensinou toda mistura de cores, perspectiva e harmonia de um trabalho em óleo sobre tela. Por não falar direito o português ele preferia demonstrar como misturar as tintas e como pintar a paisagem ou figurativo. Foi meu melhor professor.
Mas suas influências foram de pintores franceses?
Sim gosto muito da escola francesa de belas artes, dentre eles se destaca Bouguereau. Um mestre no acadêmico figurativo, perfeito!!
Por que a preferência por rostos nas suas pinturas?
Gosto demais da expressão dos olhares das pessoas, isso faz com que possamos retratar um momento único, a emoção sentida naquele momento como se fosse uma fotografia, mas em uma tela. Isso é maravilhoso para um artista realista.
Falando nisso, você teve uma experiência marcante com uma professora, sobre pintar rostos?
Sim, foi uma professora que disse que eu não tinha capacidade para pintar figurativo (rosto). Isso só me motivou a aprender sozinha e provar que eu posso.
Você gosta de pintar cavalos também?
Adoro. É um belíssimo animal.
Foi em 2006 fiquei até 2013. Agora pertenço a Conbla (confederação brasileira das letras e das artes) e recebi o título de embaixadora da paz.
Ana, a visão que a maioria das pessoas tem, é que brasileiro não tem muito interesse em cultura, seja relacionada a exposições de arte, teatro ou até mesmo concertos musicais. Como você vê o segmento da arte e cultura no Brasil?
O brasileiro está procurando se interessar mais por exposições, teatro, cultura em geral. Temos o Instituto Tomie Ohtake e o CCBB que proporcionam exposições de grandes artistas gratuitas, mas ainda acho pouco. Teatro é caro e nem todos tem condições. Tenho um quadro no programa Temperando o Papo na Rede NGT onde dou dicas de arte, cultura, entretenimento e gastronomia. Procuro divulgar muito a arte e cultura.
Além de artista plástica, você é professora de inglês e participa de um programa no rádio?
Sim sou professora de inglês, e participo da Super Rádio 1150 AM. Tenho, também, um quadro no programa Temperando o Papo na Rede.
Já participou de exposições no exterior?
Sim. No Chile e Uruguai.
Quais países gostaria de expor sua arte?
Na França e novamente no Chile.
A cidade de São Paulo é considerada o maior polo cultural brasileiro. Quais os lugares, que não podem ficar de fora, para um giro nessa grande metrópole, que possui um patrimônio cultural tão fascinante?
Itaú Cultural, CCBB, Instituto Tomie Ohtake, Museus, MASP.
Para encerrar, gostaria de saber quais são seus projetos e metas para 2015?
Abri meu Studio de pintura, onde dou aulas de óleo sobre tela e pastel seco sobre canson, lápis aquarelável e quero ser reconhecida pelo meu talento cada dia mais.
Obrigada Ana Bittar.
Eu que agradeço imensamente esta oportunidade de poder mostrar um pouco da minha arte realista.
Da Redação by Cleo Oshiro
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