A microalga Euglena é um dos seres vivos mais estranhos do planeta: esverdeada e brilhante, ela tem algo de bicho (se move) e algo de planta (faz fotossíntese).
Na cidade de Yokohama, nos arredores de Tóquio, um grupo de jovens cientistas transformou a minúscula “gosma” em base para alimentos saudáveis e estuda maneiras de produzir cosméticos, fertilizantes e até combustível de avião.
A ideia parece maluca, mas já conquistou investidores e transformou a empresa, também batizada de Euglena, em uma das sensações do setor de biotecnologia do Japão.
Com apenas 89 funcionários, a Euglena abriu o capital na Bolsa de Tóquio em 2012 e suas ações dispararam. Hoje seu valor de mercado chega a US$ 1 bilhão.
O faturamento da empresa, no entanto, está longe de justificar o entusiasmo. No ano fiscal japonês encerrado em setembro de 2014, as vendas da Euglena atingiram US$ 25,8 milhões.
A aposta dos investidores é que a Euglena pode ter encontrado uma maneira sustentável de alimentar e abastecer o mundo. “A alga não complete por área agricultável no planeta”, diz Naoto Mukunoki, responsável por relações com investidores.
A empresa não divulga sua técnica de produção, mas todos os dias uma microalga se divide em duas. No final do mês, uma única Euglena terá se transformado em mais de 1 bilhão.
Identificada pela primeira vez em 1890 por uma pesquisador holandês, a Euglena possui 59 tipos de nutrientes: vitaminas, minerais, aminoácidos, entre outros.
O estudante Mitsuru Izumo “descobriu” a Euglena ao retornar de uma viagem a Bangladesh.
Ele voltou do país, um dos mais carentes do mundo, determinado a encontrar algo que elevasse a nutrição das pessoas pobres.
Em 2005, Izumo fundou a companhia Euglena dentro da Universidade de Tóquio. Hoje, com pouco mais de 30 anos, é considerado um dos empresários mais inovadores do Japão.
Divulgação | ||
Laboratório da Euglena, empresa de Yokohama, nos arredores de Tóquio, que usa a microalga de mesmo nome para fazer alimentos saudáveis |
SUCOS E BISCOITOS
A produção de sucos e biscoitos a base de Euglena começou em 2006 e, nos últimos quatro anos, a companhia se tornou lucrativa.
Até 2020, o objetivo é produzir os mais diversos produtos, chegando até ao biocombustível. A aposta é que esses novos itens elevarão significativamente as vendas da empresa.
A Euglena também tem planos de se expandir no exterior, começando pela China. A empresa, porém, pode enfrentar dificuldades para conquistar o Ocidente. As algas fazem parte da dieta dos japoneses. Mas e no Brasil? Será que as pessoas comeriam Euglena?
folha.com
- Encerrada a 33ª Exposição de Artistas Estrangeiros em Nagoia - 5 de novembro de 2018 4:21 pm
- Editorial: Bolsonaro e a quebra de paradigmas - 29 de outubro de 2018 2:40 pm
- Resultado é comemorado com festa e fogos em frente à casa de Bolsonaro - 29 de outubro de 2018 2:04 pm