Da literatura ao cinema, da história ao teatro musical, o Brasil ganha um notável protagonismo cultural nesta semana em Paris, onde inaugura como convidado de honra o Salão Internacional do Livro e acaba iniciar um ciclo sobre a cinematografia do país na Cinemateca.
A feira literária abrirá suas portas ao público na sexta-feira para apresentar a produção brasileira e em particular a de 48 escritores convidados, entre eles alguns muito conhecidos, como Milton Hatoum, Paulo Lins, Nélida Piñon e Paulo Coelho, e outros emergentes, como Ana Paula Maia ou Fábio Moon.
Até 23 de março, espera-se que compareçam ao encontro 200 mil visitantes, deles 30 mil profissionais.
Desde sua vista privilegiada, o Brasil quer revelar a rica produção intelectual contemporânea, junto com a diversidade cultural e a universalidade literária, que conta com figuras importantes como João Guimarães Rosa (1908-1967).
O Centro Nacional do Livro (CNL) e o Instituto Francês, entidades dependentes do Ministério de Exteriores da França, convidaram 30 autores, e o Brasil, representado pelos ministérios de Cultura e Exteriores e a Câmara brasileira do livro, levou os 18 restantes.
A lista foi elaborada conjuntamente, com a assessoria literária de Leonardo Tonus, professor da Universidade da Sorbona, e da escritora Guiomar de Grammont, explicou à Agência Efe o diretor do CNL, Vincent Monadé.
Os selecionados vêm da história em quadrinhos, da poesia, do teatro, da história, do conto, do romance, do ensaio e da literatura juvenil; abrangem campos temáticos como a ecologia, a arquitetura, o urbanismo e a ciência, e pertencem a diferentes gerações.
Houve uma tentativa, além disso, de respeitar a paridade entre homens e mulheres e refletir a diversidade do território brasileiro, assim como sua valiosa e múltipla composição étnica, acrescentou Monadé.
Em 1998, o Brasil ocupou já pela primeira vez o lugar estelar do salão, que em 2015 conta com duas cidades polonesas convidadas, Cracóvia e Breslavia, terá stands de 1,2 mil editores de 50 países e anuncia em sua agenda 4,7 mil sessões de assinaturas e 300 encontros.
Coincidindo com a abertura da feira, o cinema brasileiro brilha também desde esta semana na Cinemateca, para apresentar o cinema mudo de Humberto Mauro e Mario Peixoto, as comédias dos anos 50 e o “Cinema Novo” dos anos 60.
A cinematografia marginal da década de 70 e os primeiros longas-metragens da jovem geração de cineastas, como Kléber Mendonça Filho e Juliana Rojas, completarão este périplo cinematográfico, que poderá ser percorrido até 18 de maio.
A viagem inclui entre outras entrevistas uma mesa-redonda sobre a história do cinema nacional, com a participação de cineastas iniciantes, em 21 de março, e uma jornada de curtas-metragens no dia 22.
De 7 a 14 de abril será realizado o XVII Festival do Cinema Brasileiro de Paris, liderado por oito ficções inéditas em competição, sete documentários filmes igualmente inéditos e uma dupla temática de cinema e literatura, prolongamento do Salão do Livro.
Mas também no próximo mês, na vizinha Montreuil, a Maison de Cultura 93 de Bobigny estreará junto com o jornalista cultural Rémy Kolpa Kopoul “K-RIO-K”, peça de teatro musical inspirada nos dourados anos 20 e 30 do país.
EFE
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