Duas (boas) professoras que conheço estão decididas a abandonar o magistério no final deste ano letivo. Não aguentam mais as agressões verbais e as intimidações que sofrem de alguns alunos. Elas dão aulas no Ensino Médio, em uma escola da Grande Florianópolis. Afirmam que já reclamaram à direção, chamaram os pais dos jovens na escola, mas que nada mudou. “Um pai chegou a me dizer que a culpa é minha, porque não consigo ter pulso firme com o filho dele, que tem “temperamento forte” desabafou a professora.
escola
Estes casos servem para ilustrar recente pesquisa feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que mostra que o Brasil está no topo do ranking de violência nas escolas. Isso mesmo: tiramos um vergonhoso primeiro lugar! O levantamento revelou que 12,5% dos professores brasileiros se disseram vítimas de agressões (verbais, bullying e até agressões físicas) pelo menos uma vez por semana. Dá para imaginar a pressão que deve ser trabalhar em um ambiente assim. A média mundial é de 3,4%. Na Coreia do Sul, Malásia e Romênia, o índice é zero.
Não é de se admirar, portanto, que 40% das licenças de saúde concedidas a professores sejam por problemas psicológicos, tanto em escolas particulares quanto públicas. A situação é tão grave que alguns sindicatos que reúnem a categoria já estão criando núcleos de apoio ao professor contra a violência (Nap). Nunca imaginei que precisássemos chegar a este ponto. De acordo com Dirk Van Damme, da OCDE, somente um em cada dez professores (12,6%) brasileiros acredita que a profissão é valorizada pela sociedade. Nesse quesito, a média global alcançou 31%. Realmente, a coisa está feia por aqui.
Fonte: Click Rbs
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