Putin envia tropas para a fronteira com a Coreia do Norte.
Vladimir Putin está enviando tropas e equipamentos para a fronteira da Rússia com a Coréia do Norte, por receio de que os EUA ataquem Kim Jong-un.
O presidente russo teme que haja um enorme êxodo de refugiados norte-coreanos se seu homólogo norte-americano, Donald Trump, lançar uma ação militar contra Pyongyang.
O movimento acontece dias depois que a China enviou cerca de 150.000 soldados para sua fronteira sul, para lidar com a onda de refugiados da Coreia do Norte, caso aconteça a guerra.
Esta manhã, filmagens parecem mostrar que Putin está reforçando sua fronteira, de cerca de 18 quilômetros (11 milhas), com a Coréia do Norte, ao deslocar tropas e equipamentos.
Um vídeo mostrar um trem, carregado com equipamentos militares, que se desloca para a fronteira terrestre entre a Rússia e a Coreia do Norte.
Outro vídeo destaca os movimentos de helicópteros militares em direção à fronteira da Coréia do Norte, e manobras em terreno acidentado com veículos de combate do exército.
Outros relatos sugerem que houve movimentação de militares por estrada, também.
Houve preocupações de que, se um conflito estourasse, a Rússia poderia enfrentar um êxodo de refugiados da Coréia do Norte.
Putin, porém, também foi advertido de que, no caso de um ataque dos EUA contra as instalações nucleares de Kim Jong-un, a contaminação poderia chegar rapidamente à Rússia.
“Os trens ferroviários, carregados com equipamento militar, que se deslocam para a região de Primorsky via Khabarovsk foram notados pelos locais,” relatou o site primemedia.ru, no Extremo Oriente Russo – ligando a movimentação à crise na Coreia norte.
“A movimentação de equipamento militar, por diferentes meios de transporte, para áreas no sul foram observadas em toda a região de Primorsky, na semana passada”, disse o veterano militar, Stanislva Sinitsyn.
Muitos relacionam isso à situação na península coreana.
“O vídeo mostra sistemas de artilharia de suporte a tropas em assalto ou ataque”.
Ele disse que: “o movimento de equipamento militar significa que as autoridades do nosso país estão acompanhando a situação – e tomando medidas adequadas.”
Os movimentos são “uma medida preventiva, mas necessária”.
“Se a situação piorar, especialmente em relação a eventos militares, as forças armadas de todos os países vizinhos, obviamente, irão monitorar mais de perto, e nós não somos exceção.”
“Não é a primeira vez que a Coreia do Norte ameaça a paz na região, é por isso que esta situação merece atenção”.
O porta-voz militar russo, Alexander Gordeyev, recusou-se a dar maiores explicações para os movimentos de tropas e equipamentos, mas disse que exercícios terminaram, recentemente, na região TransBaikal da Sibéria.
No entanto, várias fontes locais parecem acreditar que os movimentos estão ligados à crise coreana.
O porto naval de Vladivostok – onde se concentram enormes forças da Rússia – está a menos de 160 quilômetros (100 milhas) da Coréia do Norte.
Especialista na Coreia do Norte, Konstantin Asmolov, disse que: “se os EUA atacarem com mísseis as instalações nucleares da Coréia do Norte, uma nuvem radioativa chegará a Vladivostok dentro de duas horas”.
Asmolov, do Instituto do Extremo Oriente da Rússia, alertou que, no caso de uma guerra em grande escala, “os requerentes de asilo, famintos, inundarão a Rússia”.
A Rússia, na quarta-feira (19), foi contra a condenação, pelo Conselho de Segurança da ONU, do último teste de mísseis de Pyongyang – embora a China, que tem uma grande fronteira com a Coréia do Norte, tenha apoiado a declaração, formulada pelos Estados Unidos.
A declaração proposta exigiria que a Coréia do Norte “não mais realizasse testes nucleares” e suspendesse os lançamentos de mísseis.
Pyongyang realizou um teste fracassado no domingo (16).
A Rússia queria incluir uma linguagem mais contida, em uma declaração anterior, enfatizando a necessidade de alcançar uma solução através do diálogo, de acordo com diplomatas do conselho.
O vice-ministro das Relações Exteriores de Moscou, Sergei Ryabkov, disse que: “infelizmente, temos que admitir que o risco de um sério conflito na região aumentou substancialmente”.
Ele pediu uma “demonstração de responsabilidade” de todos os lados para evitar uma escalada das tensões.
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