Metrô: Por onde anda a banda que fez tanto sucesso nos anos 80?

Comemorando mais de 30 anos de carreira, a banda Metrô, grande sucesso nos anos 80 esta de volta e promete tocar seus famosos hits, como “Beat Acelerado”, “Sândalo de Dândi”, “Tudo Pode Mudar”, “Johnny Love” e “Ti Ti Ti”, canções marcantes do rock nacional da década de 1980. A banda realizou em 2016 o show de lançamento da edição comemorativa do álbum de estreia, “Olhar”, no Unibes Cultural em São Paulo.

Fundada em 1984, tendo como vocalista a franco-brasileira Virginie Boutaud (54), filha de imigrantes franceses e quatro colegas franco-brasileiros que estudavam juntos no Lycée Pasteur, colégio francês de São Paulo: Alec Haiat (guitarra), Yann Laouenan (teclados), Xavier Leblanc (baixo) e Daniel “Dany” Roland (bateria). A vocalista Virginie, além de cantora, era modelo e atriz, tendo atuado em vários comerciais de TV, fotos em editoriais de moda e estampando capa de revistas como a Vogue, Claudia e Interview. Como atriz participou da novela Imigrantes (1981- TV Bandeirantes). Dany Roland, é filho de franceses, nasceu na Argentina, mas chegou ao Brasil ainda bebê. É cineasta, ator, produtor musical e casado com a atriz Bia Lessa. Yann Laouenan é francês, veio para o Brasil na adolescência. Acompanhou Rita Lee em 1989 na turnê européia e participou da banda PR5, do vocalista Paulo Ricardo. XavierLeblanc, francês, também chegou ao Brasil na adolescência.

Dono do restaurante La Tartine, em São Paulo, é casado com Cláudia Junqueira e tem quatro filhos. Alec Haiat é paulista, filho de franceses, trabalha como músico: gravou duas faixas do CD do Otto; gravou o CD do Kiko Zambianchi e faz com ele shows o mês todo, alguns com o Capital; Jams muito famosas em Sampa hoje em dia, começaram na casa dele há 5 anos (projeto dele e do Bid); tem um projeto com a parceira fundamental dele, Maria do Ceu (juntos, têm 13 composições); trabalhou em algumas trilhas sonoras, entre elas “O invasor” com o Yann. Montou a banda “Planadores” com quem gravou CD e tem feitos shows no Mojave(SP). Atualmente faz parte da banda Paris Le Rock. Além disso trabalha com importação de instrumentos (Habro) com o irmão, Freddy Haiat. Casado com Vanessa, tem três filhos.

Antes de se chamar Metrô, a banda iniciou com o nome A Gota Suspensa e foi fundada em 1978, uma formação mutante, em que participaram vários músicos e cantores, entre eles Freddy Haiat, Kuki Stolarsky, Marcinha Montserrath, Mike Reuben.

“A Gota” era um conjunto de rock progressivo/experimental bastante inspirado por bandas como Pink Floyd, The Beatles, King Crimson, Novos Baianos, e pelo movimento tropicalista, entre outros. Aos poucos, o som da “Gota foi fidelizando um público juvenil cada vez mais numeroso, que os seguia em suas apresentações em colégios assim como em festivais de música em São Paulo. Aos poucos começaram a se apresentar em espaços muito característicos desta época como “Clash” e “Carbono 14”.

Em 1983, a fita que gravaram para se candidatarem ao festival interno do “Colégio Objetivo” interessou um produtor independente. O álbum “A Gota Suspensa” foi lançado pela gravadora independente “Underground Discos e Artes”, com a participação de Tavinho Fialho no contrabaixo no lugar de Xavier, que tinha sido convidado pelos pais a ser mais assíduo nos estudos, e Marcel Zimberg (saxofone, flauta). O disco não foi um sucesso comercial, porém foi muito bem-recebido pela crítica, adquirindo status cult.

https://youtu.be/dnBykGxdhiY

O álbum e o sucesso de público da banda chamaram a atenção de várias gravadoras, entre elas a “Som Livre” e a “CBS Records”. Alec, Dany, Virginie, Yann e Xavier acabaram assinando com esta ultima um contrato para três discos. O som da banda passava por uma metamorfose com as novas influências como Blondie, Rita Lee, Roxy Music e Laurie Anderson. Surgia então um estilo musical mais “acessível”; uma sonoridade mais pop e menos experimental. Em 1984, nesta nova fase, “A Gota Suspensa” trocou seu nome para “Metrô”; seu primeiro lançamento com este nome foi o bem-sucedido single “Beat Acelerado”, que trazia no Lado B “Sândalo de Dândi”.

Em 1985 o “Metrô” lançou pela “Epic Records” seu primeiro álbum “Olhar”, produzido por Luiz Carlos Maluly. Lançado em vinil e cassete, o álbum contém os hits “Tudo Pode Mudar”, “Cenas Obscenas” (que contou com uma participação especial do ex-João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, Léo Jaime , “Johnny Love” (incluída na trilha sonora do filme de 1985 Rock Estrela de Lael Rodrigues, no qual o “Metrô” faria uma participação junto a Jaime) e “Ti Ti Ti” de Rita Lee e Roberto de Carvalho (tema de abertura da novela exibida de 1985 a 1986). O álbum também contou com participações especiais de Guilherme Isnard (do Zero) e da banda de “New Wave Degradée”, na qual tocava o irmão de Alec Haiat, Freddy.

O “Metrô” logo se tornou um dos grupos mais famosos e bem-sucedidos do Brasil, ao lado de Blitz, Legião Urbana, Titãs, RPM, Rádio Táxi, Ultraje a Rigor e Kid Abelha, entre outros. Chegavam a fazer sete shows em uma semana, aparecendo constantemente em numerosos programas de auditório da época : Cassino do Chacrinha, Clube do Bolinha, Programa Raul Gil, Programa Barros de Alencar, Globo de ouro, Fantástico e Perdidos na Noite. Também contribuíram com uma canção para o álbum da popular série televisiva infantil Balão Mágico, “Não Dá pra Parar a Música”.

Apesar de seu imenso sucesso, as intensas e ininterruptas viagens da turnê acabaram implodindo o grupo. Parte do grupo sentia falta da fase mais experimental, queriam mudar mais uma vez de som e de vida, se distanciar do som “New Wave” que vinham desenvolvendo até então como “Metrô”. Em 1986 Virginie saiu da banda, e Alec, Yann, Dany e Xavier engataram o projeto ” A mão de Mao”. Virginie trabalhou com Arrigo Barnabé e Philippe Kadosch, entre outros, formou com Dom Beto (“Pensando nela”), Albino Infantozi e Nilton Leonardi a banda “Virginie & Fruto Proibido”. O álbum “Crime Perfeito” foi lançado em 1988. “Más Companhias”, parceria de Virginie com Don Beto, entrou na trilha sonora da novela global “Fera Radical”.

https://youtu.be/M4r_o4BKprE

No lugar de Virginie, o cantor e músico português Pedro d’Orey (também conhecido como Pedro Parq) assumiu os vocais do “Metrô”. Pedro foi um dos membros fundadores do grupo de rock experimental “Mler Ife Dada”. Com d’ Orey, o “Metrô” seguiu uma direção mais vanguardista e experimental. Pedro propôs mudar o nome de “Metrô” para “Tristes Tigres”, a fim de expressar uma vez mais uma mudança de linguagem , mas a “Epic Records” não o permitiu. E, assim, em 1987, saiu o segundo álbum do “Metrô” (e o único com D’Orey como vocalista), “A Mão de Mao”.

Apesar de uma recepção bastante favorável por parte da critica, “A Mão de Mao” foi um fracasso de vendas. A nova direção musical não seduziu seus fãs. O “Metrô” interrompeu a parceria em 1988. Novos projetos nasceram: Dany Roland e Xavier Leblanc se juntaram a André Fonseca e Cherry Taketani em o “Okotô”. Após se mudarem temporariamente para Bruxelas, na Bélgica, Dany Roland e Yann Laouenan formaram a banda de rock alternativo “The Passengers” com Diako Diakoff, Denis Moulin e Jack Roskam, lançando um consideravelmente bem-sucedido álbum de mesmo nome em 1992. Algum tempo depois, Xavier Leblanc abriu com a esposa Claudia Junqueira o bistrô francês “La Tartine” em São Paulo.

Em 1993 Dany Roland mudou-se definitivamente para o Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar com design de som, cinema (Crede+mi) , além de frequentemente trabalhar como ator em peças de teatro (Orlando, Viagem ao centro da Terra, O homem sem qualidades, As três irmãs) dirigidas por sua companheira Bia Lessa. Alec Haiat abriu com seu irmão Freddy a “HABRO”, uma importadora de instrumentos musicais.

Pedro d’Orey voltou a Portugal onde formou outras bandas.

Em 2001, a banda decide retornar com a ajuda do produtor de “Olhar”, Luiz Carlos Maluly. O caminho escolhido por Dany, Yann e Virginie na época foi o de gravar o álbum “Déjà Vu” na casa de Dany, no Rio de Janeiro. Alec decidiu não participar da reunião devido a “razões pessoais” e seu envolvimento com outros projetos à época. Em seu lugar entrou André Fonseca (Patife Band e do Okotô ). Xavier Leblanc, que também estava ocupado com seu bistrô, foi músico convidado nas faixas “Achei Bonito” e “Johnny Love”. “Déjà Vu” foi lançado pela gravadora independente “Trama” em 2002; o disco continha uma sonoridade ilustrada por ingredientes de música folclórica brasileira, samba, bossa nova, lounge e MPB.

Nele, o “Metrô” contou com a participação especial de inúmeros convidados especiais como Preta Gil, Jorge Mautner, Nelson Jacobina, Waly Salomão e Lucas Santana, entre outros. Um ano após o lançamento do álbum, Yann deixou a banda para se focalizar em outros projetos. Foi substituído nas apresentações ao vivo pelo jovem Donatinho, ( então com 17 anos ), filho do grande pianista João Donato.

Em 2004 fizeram uma série de shows no Brasil, na França, Inglaterra, Moçambique e Portugal. Em Lisboa participaram da compilação “Amália Revisited”, um tributo à cantora portuguesa Amália Rodrigues, gravando um cover da canção “Meu Amor, Meu Amor” (meu limão de amargura). Esta homenagem foi lançada em 2005 pela gravadora “Different World”. Após esta turnê, os membros do “Metrô” seguiram novamente outros projetos pessoais.

Quando Virginie pôs de lado a carreira musical após o término de seu projeto “Virginie & Fruto Proibido” foi trabalhar no Consulado da França, em São Paulo. Em 2003 se casou com o diplomata francês Jean-Michel Manent, tendo com ele duas filhas. Antes de se estabelecer em Toulouse, na França, ela, Jean-Michel Manent e suas filhas Marie-Hélène e Mélanie, viveram na Namíbia, Moçambique, Uruguai e Madagáscar, onde Virginie estava envolvida em trabalho voluntário ligado à educação e crianças carentes. Seu marido faleceu de câncer em 2015.

Em setembro de 2014, o “Metrô” foi convidado a se reunir para uma apresentação na comemoração dos 50 anos do” Lycée Pasteur”. Em 8 de novembro de 2014, fizeram em São Paulo um show em que celebravam igualmente o reencontro dos cinco no palco depois de trinta anos, e começavam as comemorações do 30º aniversário do álbum “Olhar”.

Em maio de 2015 o “Metrô” anunciou uma terceira e definitiva reunião, mais uma vez com sua formação original: seu show de retorno aconteceria na “Virada Cultural de São Paulo” em 21 de junho, mas este teve que ser cancelado devido ao falecimento de Jean-Michel, esposo de Virginie.

A banda se apresentou ao vivo no “Domingo Legal” em 16 de agosto de 2015, tocando uma canção inédita, “Dando Voltas no Mundo”. Estão atualmente trabalhando em composição. Uma reedição especial de 30 anos de seu primeiro álbum “Olhar” foi lançada na forma de um digipack com dois CDs. o primeiro com as faixas de “Olhar” remasterizadas + bônus, o segundo com gravações ao vivo da turnê de 1985. Fizeram em julho/agosto de 2016 shows de lançamento desta edição e aproveitando o reencontro, gravaram novo material.

https://youtu.be/0–e9Eh7Az4

Dois singles desta nova fase estão nas plataformas, “A Vida é bela lalaiá”, parceria de Virginie e Rubem Jacobina, trás a leveza como leme em um reggae ensolarado. “Dando voltas no mundo” é o retrato sonoro deste reencontro com o prazer de fazer musica juntos assim como o de trocar boas ondas com um publico fiel e renovado.  Metro participou do programa The Noite (SBT), onde Danilo Gentili confessou ser grande fã da banda. Esteve também no Domingão do Faustão, no quadro Ding Dong.

Para saber mais sobre a banda, acesse suas redes sociais.
Website: http://www.metrobr.com/
Facebook: https://www.facebook.com/metrobr/

Radio Shiga by Cleo Oshiro Oficial Page: http://wp.radioshiga.com/programacao/

https://youtu.be/8ii7nfbXKnI

Cleo Oshiro
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