Laura Wie vence a batalha contra o câncer.

Laura Wie (47), gaucha formada em Letras pela USP, já representou o Brasil nos quatro cantos do mundo, desfilando e fotografando durante os 15 anos em que foi modelo profissional, passou por uma fase delicada na sua vida ao descobrir que estava com câncer como relata no final da matéria. Em sua transição de carreira estreou na TV como apresentadora do canal People+Arts, onde trabalhou por 4 anos. Simultaneamente foi contratada pelo jornalismo da TV Cultura como apresentadora do programa “Metrópolis”, e mais tarde, “Grandes Mestres da Pintura”.

Seu rosto também pôde ser visto nas vinhetas da programação do “Domingo Melhor”. Trabalhou na Rede 21 onde apresentava o “Larry King Show” e fazia as coberturas culturais para a programação do canal. Foi apresentadora do programa “Muito +” da extinta TV Ideal – TV por assinatura do Grupo Abril – entrevistando personalidades da área artística.

Na mídia impressa, assinou a agenda cultural da “Go WhereSP” durante 3 anos. Continua escrevendo matérias na área de cultura. Laura teve uma incursão no teatro que durou 3 anos, como atriz na peça Mademoiselle Chanel, com Marília Pêra.

De 2010 a 2014 atuou como repórter e entrevistadora do Programa Amaury Jr. da RedeTV! Seu último projeto na televisão foi o Programa “Tá na Moda”, que veiculou de março a julho de 2014 na Record News.

Como empresária administra o Lady Fina, aconchegante casa de chá e espaço de eventos, na Vila Mariana. Abaixo o depoimento de Laura Wie sobre a descoberta do câncer e como enfrentou e superou essa batalha:

Descobri um nódulo na mama deslizando a mão, sem querer, enquanto estava de top, logo após uma aula de ginástica. Em 24 hrs eu estava fazendo a mamografia, pois aquilo foi um alerta, uma vez que meu último exame de rotina tinha sido realizado 1 ano e meio antes.

O nódulo se confirmou e comecei, com a instrução da minha ginecologista, uma série de exames para estudo mais profundo do problema. Fiz ultrassom, ressonância magnética e por fim uma punção, que confirmou que eu tinha um tumor maligno de aproximadamente 2,5 cm.

Fiquei paralisada com a notícia por alguns minutos, pois não tenho histórico familiar de nenhum tipo de câncer, e minha trajetória de vida tem sido saudável: me alimento bem, não fumo, praticamente não bebo, faço ginástica desde sempre, durmo 8 horas por dia, enfim…

Quem me deu essa última e grave informação foi meu marido. Explico: eu havia viajado por alguns dias logo depois de colher o último material para a punção e enquanto eu estava fora do Brasil, com a senha em minhas mãos, meu marido foi até o laboratório com um amigo nosso, médico, e com o CRM dele, conseguiram pegar o meu resultado. Eu honestamente tinha decidido não abrir o resultado pela internet, pois entendi que iria resolver o que quer que fosse na minha volta, já que eu estava me fortalecendo num lugar de muita espiritualidade e energia: Jerusalém.

Enfim, com a notícia e uma estratégia já alinhavada pelo meu marido, fui conhecer no dia seguinte o médico cirurgião-plástico e mastologista que tinha sido indicado para meu caso. Ele me explicou como seria todo o processo e contou que tinha a intenção de fazer uma cirurgia curativa – ou seja, achava que seria possível retirar todo o tumor, colocar uma prótese ou expansor no lugar e erradicar as células malignas de uma só vez.

20 dias depois eu estava sendo operada. O período intermediário foi necessário para fazer todos os exames que envolvem uma cirurgia, e esperar o convênio dar o ok para o Hospital fazer o procedimento. A cirurgia foi bem-sucedida: o meu médico conseguiu preservar mamilo e bico do peito, e saí com a mama esquerda já reconstruída. Mas a melhor de todas as notícias é que as células malignas não tinham migrado, Não houve metástase. Eu estava curada.

Depois desta fase, tive a surpresa de saber, em minha consulta com o oncologista, que apesar de ter eliminado o câncer, eu deveria fazer 4 ciclos ( sessões) de quimioterapia para prevenção. É um protocolo internacional de saúde.

Finalizei meu tratamento. Tive pouquíssimos efeitos colaterais por conta da medicação que acompanha o tratamento, e talvez também pela minha atitude positiva em relação a tudo isso. Levei uma vida absolutamente normal, com a exceção de me ver sem cabelos durante a quimio! Talvez a parte mais difícil de todo o processo. Mas como sempre gostei de ter o controle das coisas (mesmo neste caso de tamanha vulnerabilidade), decidi raspar os cabelos antes que caíssem. E com o apoio da minha família e com a certeza de que eu poderia incentivar outras pessoas a serem positivas diante de adversidades, achei por bem revelar publicamente a minha batalha. Infelizmente o câncer ainda é um estigma e é fato que, se diagnosticado precocemente, a cura é de quase 100%. O importante é ter iniciativa!

Além disso, tenho a certeza de que a beleza pode ser de várias formas, não seguindo apenas um único padrão. Acredito que estimulei outras mulheres a lidar bem com o assunto também. Afinal, o mais importante é sempre lutar pela vida, pela saúde, pelo bem-estar. A aparência, neste caso, fica em segundo plano. Entendo hoje, melhor, que a Mulher é forte e destemida. Basta olhar para dentro e a gente encontra a força necessária para qualquer situação.

Meus cabelos já cresceram e começo 2018 com o pé-direito e novas vibrações!

Cleo Oshiro
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