Filipinas: Presa Senadora acusada de receber propina. Uma senadora filipina, principal crítica do presidente Rodrigo Duterte e sua campanha antidrogas foi presa nesta sexta-feira, sob acusação de ter aceito suborno de traficantes de drogas presos.
A senadora, Leila de Lima, negou as acusações, classificando-as como perseguição política.
Um tribunal filipino ordenou sua prisão na quinta-feira.
Falando aos jornalistas na sexta-feira, antes de ser detida, De Lima estava combativa. “São todas mentiras”, disse ela sobre as acusações. “A verdade surgirá na hora certa. Se eles acham que podem me impedir de lutar contra esses assassinatos diários, eles estão errados.”
De Lima tem sido feroz oponente da repressão de Duterte aos usuários e traficantes de narcóticos, onde milhares foram mortos pela polícia ou por vigilantes, desde que assumiu o cargo em junho.
No ano passado, um painel do Senado, liderado por De Lima, ouviu o depoimento de Edgar Matobato, que disse pertencer a um esquadrão da morte que havia sido supervisionado pelo Sr. Duterte, quando este era prefeito de Davao City.
Pouco depois do testemunho, De Lima foi removida do cargo de presidente do painel do Senado.
Outra comissão, na Câmara dos Deputados das Filipinas, iniciou audiências em que os chefões das drogas, presos, testemunharam que haviam dado subornos a De Lima, por meio de seu motorista e guarda-costas, Ronnie Dayan.
Dayan testemunhou que ele havia coletado o dinheiro em nome da senadora.
Os detalhes, embaraçosos, do caso romântico entre Dayan e De Lima foram revelados, também, nas audiências, no que a senadora classificou como parte de uma campanha do governo de Duterte, para intimidar e silenciar.
As acusações contra De Lima foram feitas pelo Departamento de Justiça filipino, que é chefiado pelo secretário de Justiça Vitaliano Aguirre II, que presidiu as audiências da Câmara.
O Departamento de Justiça disse que De Lima usou o dinheiro das drogas para sua campanha ao Senado, no ano passado, e que os presos que lhe deram dinheiro receberam privilégios especiais em troca.
O assessor jurídico-chefe de Duterte, Salvador Panelo, disse na quinta-feira que “a lei do karma finalmente alcançou” De Lima.
“Ela deve agradecer por este desenvolvimento, já que agora terá a oportunidade de refutar todas as alegações e/ou provas a serem apresentadas pela acusação”, disse Panelo.
“É aqui que começa a verdadeira batalha, e não na mídia, que ela gosta de usar contra o presidente”.
O partido de oposição “Partido Liberal” de De Lima disse que seu caso deveria ter sido conduzido por um tribunal anticorrupção, que processa casos de funcionários públicos, e não pelo tribunal de primeira instância, que emitiu o mandado de prisão.
“A pressa é deplorável”, disse o partido em um comunicado.
“Essa prisão é uma vingança política e não tem lugar em um sistema de justiça que sustente o Estado de Direito”.
O partido também disse que temia pela vida de De Lima, observando que um prefeito, que Duterte acusou no ano passado por tráfico de drogas, foi morto em sua cela por policiais, que mais tarde disseram que o prefeito havia sacado uma arma, em uma revista.
A prisão de De Lima ocorreu poucos dias depois que um policial aposentado dizer que liderou o esquadrão da morte em Davao, que Matobato descreveu em seu depoimento no ano passado, e que ele havia agido sob as ordens diretas do prefeito Duterte. Um porta-voz presidencial negou a acusação.
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