Coreia do Sul quer Putin nas Olimpíadas para se blindar de ataques norte-coreanos.
A decisão do COI – Comitê Olímpico Internacional, de proibir a Rússia nas Olimpíadas de Inverno de 2018 na Coreia do Sul poderia derrotar as esperanças de Seul de usar a presença do presidente Vladimir Putin nos Jogos como meio de prevenir qualquer possível confronto com a Coreia do Norte, segundo a mídia local.
A ausência da Rússia nos Jogos seria um golpe para o conceito de Olimpíadas da Paz promovido pelo presidente sul-coreano, Moon Jae-in, que acredita que o apoio da Rússia, detentora de laços estreitos com Pyongyang, é indispensável.
O presidente Moon quer ver atletas norte-coreanos em Pyeongchang e considera os Jogos 2018 e os futuros em Tóquio e Pequim como “uma chance de construir a paz na península coreana, no Sudeste Asiático e em todo o mundo”.
De acordo com a mídia sul-coreana, Moon teme que, se os russos não aparecerem, o Kremlin terá menos motivos para persuadir os norte-coreanos a viajarem a Pyeongchang.
Ainda assim, impulsionado pelo acordo de Moscou para permitir que seus atletas participem dos Jogos como “neutros”, o presidente sul-coreano instruiu o Ministério das Relações Exteriores a realizar uma série de consultas a portas fechadas com funcionários russos, com a promessa de prestar assistência a atletas russos que decidam participar dos Jogos.
Seul também planeja transmitir ao COI a ideia de que as Olimpíadas em Pyeongchang são importantes para a causa da paz e espera que o mesmo encontre opções alternativas para oferecer à Rússia.
EUA e risco de guerra
Enquanto isso, os EUA ainda não sabem se vão enviar a equipe olímpica norte-americana para Pyeongchang. Donald Trump já confirmou que não irá ao evento.
Seul espera que o adiamento dos exercícios de guerra conjuntos planejados com os EUA evite qualquer resposta agressiva de Pyongyang, Washington, por outro lado, teme que no momento em que os Jogos começarem, a Coreia do Norte já tenha capacidade nuclear total que obrigue os EUA a responderem militarmente, comprometendo assim a segurança de seus atletas.
A Coreia do Sul está trabalhando duro para aprimorar os laços com o Norte e exortar outros países a persuadir Pyongyang a autorizar a participação dos atletas norte-coreanos nos Jogos.
Última chance
Na próxima quarta (13), o presidente Moon chegará a Pequim com o objetivo de persuadir o seu homólogo chinês, Xi Jinping, a transmitir a mensagem e o espírito olímpico ao líder norte-coreano.
Quanto a Moscou, as chances de participação de Putin são escassas, a menos que a equipe russa possa marchar sob a bandeira nacional na Cerimônia de Encerramento, como prometido.
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